Os responsáveis pela operação do sistema elétrico brasileiro já solicitaram à Copel que agilize as correções necessárias ao funcionamento contínuo e seguro da Usina Termelétrica de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A comunicação foi feita terça-feira (13) pelo presidente da Copel, Rubens Ghilardi, ao governador Roberto Requião, durante a sessão da Escola de Governo, em que foi destacado o desempenho da estatal de energia nos três anos e meio da atual gestão.
O pedido do sistema elétrico leva em conta a estiagem no Sul do país, que vem afetando os níveis de armazenamento de água nas hidrelétricas, causando preocupação quanto ao suprimento da região caso a ausência de chuvas se prolongue até agosto. Segundo a Copel, os primeiros meses de 2006 se caracterizaram por vazões significativamente menores que a média histórica de 70 anos de observação.
Economia
A Usina de Araucária teve seu controle adquirido no começo do mês pela Copel, por 190 milhões de dólares (R$ 416 milhões), colocando fim a uma pendência judicial, envolvendo a empresa norte-americana El Paso, que se desenrolava no Judiciário brasileiro e numa corte de arbitragem em Paris. Ao assumir a participação de 60% que a El Paso detinha na usina, a Copel livrou-se de um passivo empresarial potencial de 1,6 bilhão de dólares, melhorando o seu perfil de risco junto ao mercado financeiro e poupando aos paranaenses um gasto de mais de R$ 3 bilhões até o final de 2009.
?A Copel foi salva da falência iminente em 2003, e, além de ter em 2005 o maior lucro de sua história, superior a R$ 500 milhões, consegue agora o reconhecimento do público como a melhor entre as grandes empresas elétricas do país?, afirmou o governador. ?Esta recuperação se deve em grande parte ao tão famigerado quanto falso fator de risco que a nossa postura de defender o interesse público causaria à Copel e ao Paraná?, comentou Requião.
O governador também confirmou que a Copel está questionando a decisão do governo de São Paulo de não permitir que estatais de outros estados participem do leilão de venda da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista. Ele fez um apelo público ao governador de São Paulo, Cláudio Lembo, para que revogue o item do edital que veda à Copel a oportunidade de participar do leilão. ?O povo paulista só teria a ganhar se puder ser atendido por uma empresa como a Copel, que respeita o investidor mas, acima disso, respeita o interesse do povo brasileiro?, argumentou o governador. ?Seria uma resposta histórica da Quinta Comarca ao vizinho Estado do qual nos emancipamos?, finalizou.