A Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas prendeu, no final da tarde de terça-feira (16) em Curitiba, dois homens acusados de estelionato, receptação e porte ilegal de arma. Eles se identificaram como Paulo Roberto Cabral, 27, de Blumenau (SC), e Alexandre Flores, 22, de São Leopoldo (RS). A polícia ainda procura por Rodrigo Rockemback, 30, que é natural de Francisco Beltrão. Na residência do foragido, em um condomínio de luxo no Uberaba, foi encontrada uma pistola calibre 380, com numeração lixada, além de diversos cartões de banco, documentos de outras pessoas e documentos falsificados.

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Segundo o delegado Marcus Vinicius Michelotto, titular da delegacia, com os documentos falsificados, o trio abria contas em bancos em nome de pessoas físicas e jurídicas. Depois de adquirirem crédito, gastavam todo o limite e desapareciam. ?Como tudo era falso, inclusive os endereços, não tinha como o banco achá-los para cobrar a dívida?, completou. Ele disse que foram encontrados canhotos de talões que indicavam cheques de valores altos, em torno de R$ 20 mil, mas ainda não foi possível calcular o valor total dos golpes.

O delegado contou que, além de enganarem os bancos, eles chegaram também a montar uma empresa com nome de Stelle Produtos Alimentícios, na Avenida Winston Churchill. ?Pela empresa eram comprados alimentos de atacadistas a prazo, mas depois eles fecharam este comércio sem saldar os débitos e revenderam as mercadorias para outros comerciantes.?

Investigação

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?Chegamos aos estelionatários depois de algumas denúncias de suas vítimas. Investigamos por um mês e descobrimos a casa, alugada por R$ 7 mil por mês. Ainda não temos o montante que eles arrecadavam com os golpes, mas deviam ter lucro bom para sustentar um aluguel alto como esse?, disse o delegado Marcus Vinicius Michelotto, titular da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas.

Cabral e Flores foram presos na casa de Rockemback. Os policiais foram até o local para cumprir mandado de busca e apreensão e encontraram uma pistola calibre 380, com numeração lixada, carimbos da Junta Comercial do Rio Grande do Sul e de empresas de contabilidade, selos falsificados da Junta Comercial do Paraná, além de faturas em branco da Copel e da Sanepar e espelhos de identidade em branco. ?Tudo para falsificar e fazer um conjunto de documentos para abrir contas em banco. Eles tinham computadores com modernos programas de computação e excelentes impressoras e scanners?, disse o delegado.

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Foram apreendidos também mais de 20 cartões novos do Banco do Brasil, com nomes diferentes, além de cheques de diversos bancos e documentos originais roubados ou furtados. ?Essas contas com cheques e cartões eles abriram em nome de pessoas que não sabiam que estavam servindo como laranjas. Encontramos com eles vários documentos pertencentes a pessoas que tiveram seus documentos furtados?, complementou.

A polícia ainda não sabe se os nomes e identidades apresentados pelos dois presos são verdadeiros. Foram colhidas as digitais deles, que serão mandadas para os institutos de identificação catarinense e gaúcho, para que sejam feitas as comparações. ?Com a divulgação das fotos dos acusados, esse trabalho será mais fácil. Para isso, contamos com a ajuda da população?, concluiu o delegado.

Paulo Roberto Cabral e Alexandre Flores vão responder por estelionato, porte ilegal de arma com numeração lixada e por receptação, por estarem com documentos furtados. Eles podem pegar de cinco a 15 anos de reclusão, com a soma das penas.