Nesta época distinta do passado, quando existe uma consciência mais nítida da opinião pública nacional, o que se ouve por aí (entre outros temas também de interesse coletivo), tem a ver com a Previdência Social, que se confessa incapaz, a médio prazo, de cumprir suas obrigações referentes àqueles que lhe deram sustentação durante longos anos de trabalho. Ouve-se uma pergunta constante: qual é a verdadeira razão pela qual o órgão responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões apresenta um déficit em suas contas? Diga-se: um défict astronômico, que compromete as finanças públicas.
Os técnicos que entendem da matéria dizem que são necessárias medidas corretivas nos procedimentos da Previdência Social, que só agora (de algum tempo para cá) pensa em mudanças – reformas que há muito deveriam ter sido feitas, e não foram por conta de posturas políticas de cunho popular e eleitoreiras. Uma absurda imprevidência com a saúde financeira da Previdência Social, ainda mais quando se vê o protecionismo conferido a setores da sociedade que sempre tiveram privilégios, enquanto a maioria dos trabalhadores tem sofrido com modestas aposentadorias. A situação, além de injusta para a sociedade como um todo, revela que não houve cuidado e nem se pensou no futuro. Uma autêntica e perniciosa falta de previdência numa instituição que deveria tê-la.
Está certo o atual governo em tudo fazer para mudar este estado de coisas, no desejo de dar esperança de melhores dias e garantir a segurança social efetiva aos milhões que dela precisam e precisarão, contrariando interesses de minorias que sempre receberam o beneplácito de alguns governantes do passado. Com a atitude corajosa, o atual governo está dizendo à nação, que a igualdade não é para alguns, é para todos.
Se ainda há tempo, que sirva a lição: nada se faz bem feito, se não houver seriedade. E a seriedade em nada recomenda a imprevidência, ainda mais quando se trata da segurança do futuro de tantos brasileiros que (sempre) confiaram nas urnas. E o que se espera agora é que o descuido da Previdência Social seja banido de vez pelos governantes voltados para o interesse da maioria – e eles estão aí, trabalhando. Afinal, estava na hora de acabar com um estado de coisas que ameaçava as contas da instituição, com um peso considerável no orçamento da União, que é responsável pela subsistência de tantos que pouco ou quase nada têm.
Embora seja difícil vaticinar o que será o amanhã, a atitude louvável de Brasília acena com boas perspectivas para os brasileiros. O que não se quer é a decepção daqueles que têm fé nos responsáveis por respostas honestas ao povo. E ninguém se ilude, não: nem tudo são flores no governo. entretanto, apesar dos naturais e inevitáveis percalços, parece que sopram rajadas de vento mais amenas e acariciantes na vegetação elevada do “monte da promissão”, que se destaca no panorama sociopolítico deste chão abençoado. Em tal quadro, nesta paisagem verde e amarela, a imprevidência da Previdência parece estar balançando e se curvando aos novos tempos. Estava na hora mesmo… e o Brasil pode melhorar suas contas.
Apesar da visão um pouco (ou muito?) otimista evidenciada por estas palavras, não custa continuar vigiando, para ver o que se passa nos dias que correm, porque o futuro espreita-nos e também nos espera.
Bráulio José Simões
é escritor.