Mais de 70 anos após ser inaugurada, a estátua do Cristo Redentor, no alto do Morro do Corcovado, pode ser tombada pelo Patrimônio Histórico (Iphan) em março. O parecer técnico favorável já foi encaminhado para Brasília pela superintendência do órgão no Rio e aguarda decisão do Conselho Consultivo.

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"É o reconhecimento do valor da estética art déco", diz a superintendente do Iphan no Rio, Thays Pessotto. "Historicamente o Iphan não reconhecia nenhuma obra dessa estética. Desde 2004, um conjunto de obras art déco está sendo analisado pelo instituto. Fazem parte desse conjunto o prédio da Central do Brasil e o Palácio da Fazenda, além do Cristo Redentor".

A estátua do Cristo foi erguida com contribuições dos católicos. O pintor Carlos Oswaldo imaginou uma estátua em que o Cristo carregaria uma cruz e um globo terrestre. Mas os moradores da cidade optaram pela imagem com os braços abertos. O projeto foi desenvolvido pelo engenheiro Heitor da Silva Costa. A execução da obra era impossível no Brasil. Os desenhos foram levados para a França, aos cuidados do escultor polonês Paul Landowski. Em 1931 a estátua foi inaugurada com seus 38 metros de altura e 1.145 toneladas.

Thays Pessotto diz que pouca coisa muda com o tombamento da estátua. "O Morro do Corcovado já havia sido tombado e o Iphan vinha tratando a estátua com muito rigor. Os procedimentos para restauração são absolutamente criteriosos, com acompanhamento de especialistas. O que muda é que a estátua passa a ter um valor simbólico de reconhecimento agregado a ela" explica. A imagem estava tombada por decreto municipal desde 1990.

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A expectativa é que o tombamento seja aprovado em 1.º de março, coincidindo com o aniversário da cidade. Se isso acontecer, o Morro do Corcovado será palco de dupla comemoração, com a presença do arcebispo do Rio dom Eusébio Scheid e nova iluminação na estátua. "Nesse dia, o Cristo ficará azul", promete o diretor empresa que administra o trem do Corcovado, Sávio Neves.