A probabilidade de as empresas estatais alcançarem este ano o superávit primário de R$ 9,106 bilhões acertado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) é muito grande, na avaliação do economista Bolívar Pêgo Filho, da diretoria de Estudos de Macroeconomia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
?No acumulado de janeiro a junho o superávit total das estatais é de R$ 974 milhões. Até dezembro é muito provável que consigam os R$ 8,132 bilhões restantes?, afirma o pesquisador.
Ele justifica a conta, aparentemente ilógica, explicando o desempenho das estatais federais, que no acumulado até junho apresentam déficit de R$ 1,572 bilhão. O resultado, segundo salientou, se deve a fatores conjunturais, como pagamento de dividendos e royalties que não se repetirão no segundo semestre.
A Petrobras, responsável por cerca de 80% do resultado total das estatais federais, somente em dividendos distribuiu R$ 2,3 bilhões a seus acionistas, referentes aos lucros alcançados no ano passado. ?A Petrobrás nunca esteve tão bem?, diz Pêgo Filho, lembrando que a empresa ainda conta este ano com fatores muito favoráveis, como o preço internacional do petróleo e o fato de a remuneração interna estar atrelada aos preços externos.
No segundo trimestre, o resultado das empresas federais passou por um superávit em abril de R$ 2,057 bilhões, um déficit de R$ 213 milhões em maio, decorrente, basicamente, do pagamento de obrigações como royalties, e novamente um superávit em junho, de R$ 2,688 bilhões.