O combate à pirataria e ao crime organizado ganha reforço no país. Por meio de parceria entre o governo brasileiro e a Interpol (polícia internacional), serão criadas delegacias estaduais especializadas nesses crimes. A previsão é que, até o final do ano, todos os estados tenham as suas unidades.
Em entrevista à rádio Nacional, o secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Luiz Fernando Corrêa, disse que o governo brasileiro tem mudado a forma de enfrentar a questão. "Hoje a pirataria é vista como o resultado do crime organizado e não mais como uma questão social", avaliou.
Segundo ele, é importante que os estados participem do combate a esse tipo de crime. "A idéia é consolidar essa cooperação e integração nos âmbitos nacional e internacional. Estamos mobilizando os estados, capacitando e também vamos dar estruturas e apoiar no combate a esse delito, porque ele ganhou um aspecto de política pública", explicou."O problema da pirataria é global, e não apenas da América Latina. Esse é um crime sem vítima e custa caro a todos."
Ele informa que, com a presença desse tipo de crime, muitos impostos deixam de ser pagos no país e anualmente o governo deixa de arrecadar cerca de R$ 160 bilhões. Outra conseqüência é que cerca de 1,5 milhão de empregos deixam de ser criados por ano em função da pirataria e do contrabando de produtos. No Brasil, os principais produtos pirateados são CDs, cigarros e relógios.
Na América Latina, a falsificação de VHS e DVDs chega a 45% dos produtos comercializados, de acordo com dados da Associação de Defesa da Propriedade Intelectual (Adepi). O percentual global é de 22%. A estimava é que mais de 70% dos componentes de informática comercializados são pirateados ou contrabandeados. Os softwares, por exemplo, chegam a 53% de falsificação.