Os Estados Unidos apóiam o novo plano de desenvolvimento nuclear lançado nesta semana pela Argentina, mas sempre e quando Buenos Aires respeitar os acordos de não-proliferação, disse nesta sexta-feira (25) a Embaixada americana em Buenos Aires. A porta-voz da representação diplomática dos EUA, Mara Tekach, disse à mídia local que seu país "promove firmemente o uso extensivo da energia nuclear limpa, inócua e segura. Neste contexto, apoiamos a decisão da Argentina de avançar em seu programa nuclear".
O governo do presidente Néstor Kirchner apresentou na quarta-feira o "Plano Nuclear Argentino", que contempla prevê investimentos de US$ 3,5 bilhões na área nos próximos oito anos e tem como objetivo a geração maciça de energia nuclear e a aplicação da energia atômica à saúde e à indústria.
Um dos pontos centrais do programa é a decisão oficial de reativar a usina de enriquecimento de urânio de Pilcaniyeu, na província de Rio Negro, que foi fechada em 1983. "Os Estados Unidos não têm nenhuma objeção acerca dos planos de enriquecimento de urânio da Argentina para produzir energia localmente", disse Tekach.
A reabertura da usina de Pilcaniyeu havia gerado uma grande expectativa sobre a reação americana, especialmente num contexto de tensão com o Irã, país que o governo do presidente George W. Bush acusa de enriquecer urânio para produzir armas. "A Argentina não é o Irã", disse a porta-voz da embaixada.