Estados formulam projeto de política industrial

A aprovação das leis estaduais de inovação e o fim da guerra fiscal entre os estados  foram considerados como fatores essenciais para a promoção do desenvolvimento industrial por representantes de 16 estados brasileiros reunidos nesta quinta e sexta-feira (03 e 04), em Curitiba. Eles participaram do Seminário Nacional Estratégias de Desenvolvimento Industrial nos Estados, promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em parceria com a CNI, Fiep e IBQP. ?Sem ter suas leis de inovação aprovadas, os estados não poderão se beneficiar de subvenções federais para a promoção do desenvolvimento?, informou Mário Salerno, diretor de desenvolvimento industrial da ABDI.

Os representantes dos governos estaduais presentes ao evento admitiram que a guerra fiscal existe no País e reconheceram que ela é um impeditivo para o crescimento da indústria nacional. ?A política industrial é o antídoto para a guerra fiscal?, defende Gina Paladino, assessora da presidência da Fiep e coordenadora técnica do evento.

O seminário reuniu representantes da área governamental, empresarial e da academia para discutir as melhoras práticas de política industrial e formular propostas para os próximos governos. Entre as propostas a serem apresentadas aos próximos governantes serão incluídos os programas de incentivos fiscais, ações já implementadas em alguns estados e linhas de financiamentos para plataforma de desenvolvimento industrial, como os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e  parques tecnológicos. ?O que queremos é que a política industrial seja incluída nos planos de governo dos estados  e seja considerada prioritária?, disse Salerno.

?Pela primeira vez as políticas públicas são tratadas como PPPs ? Parcerias Público Privada ? porque reunimos num mesmo evento governo, empresa e academia?, destacou Gina Paladino. Ela informou que todos os estados da federação foram convidados e 16 responderam ao chamado e comparecem. ?Conseguimos reunir 80% do PIB do Brasil?, disse referindo-se aos estados participantes. Segundo ela, esta união dá solidez ao projeto que começa a ser construído.

Outra conclusão das discussões é que não há cooperação e troca de experiências e tecnologias entre os estados. ?Se um estado ajudasse o outro, o país sairia fortalecido e poderia ganhar mercados importantes?, disse o presidente da ABDI, Alessandro Teixeira. ?O que se vê, no entanto, é que o Sul não sabe o que o Norte está fazendo e vice-versa.?

Para ele, a política industrial deve estar acima de qualquer divergência ideológica. ?A visão de desenvolvimento industrial tem que ser independente do governo e deve necessariamente representar uma visão de Estado, do País, de onde queremos chegar?, defende Teixeira.

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