Há uma tendência regional no Cone Sul de manter a vacinação contra a febre aftosa por mais algum tempo, disse hoje o coordenador do projeto Bacia do Prata, do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), Luiz Pitta Pinheiro. “Há evidências de que não seria prudente suspender a vacinação”, afirmou Pitta, que participou ontem da abertura da reunião da Comissão de Febre Aftosa e Outras Epizootias, no Rio de Janeiro.
A comissão, que é parte do Escritório Internacional de Epizootias (OIE), analisa esta tarde relatório do Brasil sobre a erradicação da aftosa no Rio Grande do Sul e pode restituir o certificado de área livre da doença com vacinação ao Circuito Pecuário Sul (formado também por Santa Catarina). Pitta lembrou que em 2001 a doença atingiu uma extensa área da Argentina, que teve 2.200 focos, e Uruguai, com 2.057. No Rio Grande do Sul, a enfermidade chegou a 30 focos.
“Há uma discussão mundial sobre o uso da vacina. A tendência de suspensão total está sendo repensada” disse Pitta. Segundo ele, os países estão pensando no uso da vacina em situações de contenção dos episódios de aftosa. Caso seja confirmado o retorno do certificado sanitário internacional do circuito sul, os dois Estados ainda terão internamente uma classificação diferenciada pelo Ministério da Agricultura.
Na denominação interna, Santa Catarina permanecerá sendo área livre de aftosa sem vacinação, segundo afirmou hoje o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes. Ele não esclareceu se a diferença resultará em alguma medida especial no comércio de animais vivos ou produtos entre os dois Estados.