“Esse não é o PT que ajudei a construir”, desabafa Mercadante

Brasília (AE) – Perplexo e indignado. Com estes dois adjetivos, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), definiu hoje (11) seu estado de espírito ao tomar conhecimento de que o publicitário Duda Mendonça, que fez sua campanha em 2002, recebeu dinheiro do empresário Marcos Valério. Para explicar que não sabia de nada, Mercadante foi hoje (11), pela primeira vez, à CPI dos Correios e considerou "descabida" a proposta de abertura de impeachment contra o presidente Lula, defendida por setores da oposição.

"Acho oportuno que o presidente Lula fale à nação. Vamos aguardar as apurações, mas não tem cabimento qualquer encaminhamento na direção de abertura de processo de impeachment", disse o petista.

Em sua rápida fala aos integrantes da CPI, o líder do governo disse que "nunca soube" da história contada por Duda Mendonça. Mercadante cobrou publicamente do publicitário a primeira versão dada por ele de que não havia recebido R$ 15,5 milhões através de empresas de Marcos Valério.

"Liguei para o Duda e perguntei a ele se tinha recebido dinheiro e ele me disse que não. A minha tristeza nesse episódio é que os companheiros de partido não me contaram nada", disse Mercadante.

Mais tarde, em seu gabinete, ele declarou que se encontrou pessoalmente com Duda Mendonça na semana passada em São Paulo. O publicitário teria lhe garantiu novamente não ter recebido dinheiro de Marcos Valério. "Ele (Duda) chegou a soltar uma nota", lembrou Mercadante.

O senador disse que "não reconhece o PT que ajudou a construir" diante dos fatos que estão surgindo. "Esses dirigentes não tinham o direito de fazer isso com o PT", afirmou. Mercadante defendeu ainda a expulsão do PT do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.

Durante sua fala aos integrantes da CPI dos Correios, o petista fez um apelo a Duda Mendonça para que falasse toda a verdade sobre como foi paga sua campanha ao Senado. Mercadante explicou que sua campanha fazia parte de um pacote nacional do PT com Duda Mendonça e, por isso, os custos foram baixos.

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