Especialistas defendem ações para combater desmatamento na Amazônia

Fortaleza (AE) – O Fórum Brasileiro para Mudanças Climáticas, que congrega representantes da academia, do governo e de organizações não-governamentais, acredita que o Brasil deve estabelecer metas de controle do desmatamento. O secretário-executivo do fórum, Luiz Pinguelli Rosa, disse hoje (19) que uma atitude deve ser tomada para conter a ação, especialmente na Amazônia. "Não é possível manter a Amazônia intocada, mas é preciso trabalhar para desenvolver um modelo de utilização da região de forma sustentável", afirmou Pinguelli durante a 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC), em Fortaleza.

De acordo com os últimos números do desmatamento amazônico, mais de 26 mil quilômetros quadrados caíram em 2003 e 2004, tendência chamada de "ritual macabro" pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O desmatamento é o principal responsável, no País, pela emissão de gás carbônico, que provoca o efeito estufa. O Brasil é o quinto maior emissor de CO2 no mundo.

Estabelecer uma meta de desmatamento é equivalente a criar uma meta de redução de gases do efeito estufa – posição não assumida pelo governo internacionalmente. O Protocolo de Kyoto só impõe metas de redução da emissão de gases aos países desenvolvidos. "Mas não é porque não temos obrigação que devemos fechar os olhos para a questão", diz Rosa.

Segundo o secretário-executivo da Comissão Interministerial de Mudança Climática, José Miguez, o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) aprovou, na semana passada, repasse de US$ 3 milhões para a formulação da segunda comunicação nacional de emissões de gases que causam efeito estufa.

O governo tem três anos para terminar o levantamento, que engloba 1995 a 2000, e mais um a dois anos para entregá-lo às Nações Unidas. No fim de 2004, o Brasil apresentou seu primeiro inventário de emissões.

A mudança climática tem uma conseqüência inesperada: a volta de materiais contaminantes, potencialmente tóxicos, como mercúrio, cromo e chumbo, que estavam escondidos no solo, na água e no ar, em equilíbrio com o sistema natural da Terra.

De acordo com o biólogo Luiz Drude de Lacerda, da Universidade Federal do Ceará (UFC), os sistemas naturais não têm mais capacidade de se equilibrar pela tensão provocada pela ação do homem.

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