O diretor do Centro de Estudos das Américas da Universidade Cândido Mendes, Clóvis Brigagão, acredita que o novo presidente do Peru, Alan García, irá fortalecer os laços com o Brasil, conforme defendeu durante a campanha eleitoral.

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O cientista político disse que esta situação terá que se consolidar, porque o país vai precisar de apoio na região.

"Ele precisa encontrar um parceiro mais forte nesta confusão que é a América do Sul hoje, do ponto de vista de relações externas e de problemas externos, como é o caso agora da legislação dos recursos energéticos do Peru e a Reforma Agrária", disse.

Para o diretor, o entendimento entre os dois países é importante, não só para assegurar a questão da cláusula democrática que é do Mercosul, mas também para toda a América Latina, por meio da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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O cientista afirmou que há mais motivos para uma parceria entre Peru e Brasil. Segundo ele, García vai encontrar dificuldade com a oposição do Peru, com o governo de Evo Morales na Bolívia e com o governo de Hugo Chávez na Venezuela. "Portanto, vai encontrar no Brasil uma moderação, um apoio, e eu espero que sim", avaliou.

Brigagão lembrou que, embora Alan García tenha chegado ao poder vencendo a eleição, não conseguiu conquistar a maioria do Congresso, o que é fundamental para a aprovação das leis.

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Ele lembrou que, ao contrário, o candidato adversário, o ex-militar Ollanta Humala, terminou o pleito elegendo para o Congresso um elevado número de parlamentares que o apoiaram na campanha.

Além disso, teve o apoio político da ex-candidata Lourdes Flores da aliança de direita Unidade Nacional e de simpatizantes do ex-presidente Alberto Fujimori. "O que torna a força parlamentar do Alan García muito frágil", afirmou.