Foto por: Roberto Schmidt
A Espanha fez história neste domingo ao conquistar a Copa do Mundo da África do Sul, em uma partida dramática, decidida no segundo tempo da prorrogação, com um gol de Iniesta que liquidou a Holanda por 1 a 0 no estádio Soccer City de Johannesburgo.
A “Fúria” entrou assim para o seleto clube de campeões do mundo, ao lado de Brasil, Itália, Alemanha, Uruguai, França, Argentina e Inglaterra.
Holanda volta a amargar um vice-campeonato mundial, após perder as finais de 1974 e 1978, contra as anfitriãs Alemanha e Argentina, respectivamente, apesar de encantar o mundo com o chamado “Carrossel Holandês”.
A Espanha começou tomando a iniciativa, enquanto a Holanda se fechava e apostava nos contra-ataques. Logo aos 4 minutos, os espanhóis ameaçaram com Sergio Ramos e Piqué, que tentaram da pequena área, mas o goleiro holandês Stekelenburg defendeu as duas.
Os espanhóis dominavam e criaram outra boa chance aos 10 minutos, quando Sergio Ramos entrou pelo lado direito da área, driblou um zagueiro e bateu cruzado, mas Heitinga tirou. Logo em seguida, Villa pegou a bola do lado esquerdo da área e disparou, mas a Jabulani bateu na rede pelo lado de fora.
A Holanda reforçou a marcação, principalmente no meio do campo, onde as faltas se sucediam. Aos 14 minutos, Van Persie deu uma dura entrada em Capdevila e recebeu o amarelo. No minuto seguinte, Puyol acertou Robben e também levou cartão.
O ímpeto inicial dos espanhóis acabou e o jogo ficou equilibrado e violento. Aos 21, Vann Bommel deu carrinho em Iniesta e recebeu cartão. Dois minutos depois, Sergio Ramos recebeu amarelo, e aos 27, foi a vez de Nigel de Jong, após meter o pé no peito de Xabi Alonso.
Aos 37, em uma das raras jogadas de perigo da Holanda no primeiro tempo, Robben e Van Bommel trocaram passes e deixaram Mathijsen na boa para chutar, mas o holandês furou clamorosamente.
No minuto final, Sneijder penteou a bola no bico da grande área e chutou, com a Jabulani procurando o canto esquerdo de Casillas, que fez boa defesa.
O segundo tempo começou como o primeiro, com a Espanha tomando a iniciativa e ameaçando logo aos 3 minutos, com Capdevila tentando de cabeça.
A Holanda respondeu três minutos depois, com Sneijder fazendo o de sempre, um toque curto para o lado e um chute a distância, que fez Casillas cair no canto esquerdo para defender.
O jogo continuou pegado e violento e aos 10 minutos Heitinga chegou atrasado e arrepiou Villa, tomando cartão amarelo. Logo em seguida, Van Bronckhorst recebeu o seu.
Aos 12, Heitinga recebeu um cruzamento do lado direito sobre a pequena área e arrematou cruzado, de cabeça, mas a bola foi para fora, enquanto o bandeira marcava impedimento.
O jogo tornava-se cada vez mais violento e o espanhol Capdevila foi premiado com cartão amarelo, antes de Robben receber o dele.
O técnico Vicente Del Bosque tirou Pedro para a entrada de Navas, aos 14, no momento em que os holandeses começavam a gostar do jogo.
Aos 17 minutos, a Holanda desperdiçou sua maior chance da partida quando Sneidjer roubou a bola no círculo central e lançou para Robben, que entrou em velocidade, só, e chutou na saída de Casillas, que salvou com a ponta da chuteira.
Mas Villa devolveu a gentileza aos 24 minutos, após Navas cruzar da direita, Heitinga furar e a bola sobrar para o artilheiro espanhol, que perdeu o gol feito ao chutar contra Stekelenburg.
Dois minutos depois, o técnico Bert van Marwijk tirou Dirk Kuyt para a entrada de Elia.
A Espanha voltou a ameaçar aos 31, em cobrança de córner de Xavi, quando Sergio Ramos subiu mais que todos na zaga e completou de cabeça, mas sobre o travessão.
Com os espanhóis lançados no ataque, a Holanda encontrava cada vez mais espaço para os contragolpes e teve a oportunidade de liquidar a partida aos 37, em uma jogada de dois toques da área holandesa à área espanhola, passando por Van Persie, que deixou Robben na cara do gol, mas o artilheiro parou nas mãos de Casillas.
Aos 87, Del Bosque tirou Xabi Alonso para a entrada de Fábregas.
O jogo foi para a prorrogação e a Espanha partiu para cima novamente, desperdiçando outro gol feito aos 4 minutos, após Fabregas receber uma bola na intermediária, entrar livre e chutar na saída do goleiro, mas a Jabulani saiu.
Sneijder cobrou córner e Mathijsen subiu acima da zaga, mas a cabeçada saiu sobre o travessão.
O técnico holandês tirou Van Bronckhorst para a entrada de Edson Braafheid, e trocou Nigel de Jong por Rafael van der Vaart.
O espanhol Iniesta entrou pelo lado esquerdo da área mas arrematou sem força, perdendo outra excelente oportunidade.
Com o jogo cada vez mais aberto, Navas desperdiçou outra ótima chance ao receber um passe de Villa, no lado direito, e disparar, mas a bola desviou em Van Bronckhorst, aos 10 da prorrogação.
No segundo tempo da prorrogação, Heitinga puxou Iniesta próximo da entrada da área e recebeu seu segundo cartão amarelo, sendo expulso do jogo. Na sequência, Xavi cobrou a falta sobre o gol.
O jogo ficava mais violento e o árbitro inglês Webb deu amarelo para os holandeses Van der Wiel e Mathijsen, e para os espanhóis Iniesta e Xavi.
A Espanha liquidou o jogo aos 10 minutos do segundo tempo da prorrogação, com Iniesta acertando uma bomba do lado direito da área, após passe de Fábregas, para entrar para a história do futebol.
A Holanda ainda lutou nos minutos finais, mas era dia de “Fúria” e o polvo alemão acertou mais uma vez.