A polícia espanhola afirmou nesta sexta-feira (12) que está esperando a ordem da Interpol para executar uma ordem de prisão recebida de um juiz argentino para deter a ex-presidente da nação sul-americana Isabel Perón, mais conhecida como Isabelita Perón. A viúva do ex-presidente Juan Domingo Perón reside em Madri há 25 anos e é acusada da morte do jovem Héctor Fagetti Gallego, um empregado da prefeitura da cidade de San Rafael, na província argentina de Mendoza, assassinado pela Polícia em fevereiro de 1976.

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O juiz Raul Acosta, de Mendoza, ordenou ontem a prisão de Isabel por suas supostas ligações com um esquadrão da morte de direita que aterrorizou os argentinos antes que seu governo fosse derrubado num golpe, em março de 1976. Ela, terceira mulher de Juan Domingo Perón e agora na casa dos 70 anos, está sendo procurada pela Justiça por ter, durante seu breve governo, assinado três decretos exortando as forças armadas a reprimir os "elementos subversivos" durante o período turbulento que antecedeu à última ditadura argentina (1976-1983).

"A ordem da Interpol ainda não chegou", disse um porta-voz da Polícia Nacional Espanhola, falando sob anonimato. "Assim que chegar, vamos iniciar os procedimentos", afirmou.

Ele acrescentou que a ordem de prisão da Argentina é enviada diretamente para a sede da Interpol, em Lyon, na França, e de lá para a Espanha. Uma vez que Isabelita tiver sido presa, será levada para a Corte Nacional, para o início dos procedimentos de extradição.

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Isabelita Perón governou a Argentina desde julho de 1974, depois que seu marido faleceu, até março de 1976, quando seu governo foi derrubado por um golpe. Durante seu governo, começaram a operar os esquadrões da morte anticomunistas, que mataram 1.500 pessoas.