Atualmente fala-se muito em informática, navegar, e-mails e numa série de outras terminologias que envolvem o espaço cibernético.
Nesse espaço de criação digital, a linguagem também passa por mutações ou talvez fosse melhor dizer mutilações. Contudo, independente do ângulo a que está subjacente a nossa visão, essa cultura do hipertexto, do ciberespaço, vem revolucionando as práticas da sociedade.
Em instantes e com ?clicks?, temos o mundo em nossas mãos, porque o acesso a um corpus ilimitado de textos, imagens, som, diálogos e pessoas se tornou muito simples, depois desse advento tecnológico.
As pessoas já não sofrem tanto com a solidão real, porque estabelecem relações virtuais em diversos países e com diferentes culturas. Como o ambiente virtual é bem democrático, e as pessoas podem expor seus pensamentos, fotos, filmagens, enfim… é preciso que o internauta se policie e saiba surfar no universo virtual, porque pegar a onda errada é muito fácil e pode causar danos às vezes irreversíveis, sobretudo para o público infantil que não associou uma linguagem formal-culta e nas sala de bate-papo acaba internalizando erros, economias lingüísticas e vícios de linguagem, muito difíceis de serem corrigidos (deletados).
Há também as fugas, quando, a princípio, o estudante vai ?fazer um trabalho?. Mas, ao perceber o leque de opções, variado e convidativo, facilmente se desvirtua do propósito original, seguindo diversos caminhos, distantes do objetivo inicial. Assim, vão-se horas, às vezes os dias, as semanas… e quem sabe os anos letivos, com assuntos pouco ou nada produtivos.
O querer é de suma importância na vida do ser humano, e tem gente que não sabe ou não quer direcionar a Internet em prol da educação. Esse veículo de informação permite acesso a sites de pesquisa e a livros e trabalhos didáticos de toda a natureza, mas, atenção: não vale só copiar e colar, é preciso ler, entender, internalizar e de alguma forma saber reproduzir. Caso contrário é melhor se restringir ao livro e à pesquisa de biblioteca, onde a dispersão é infinitas vezes menor, o que é bastante válido para os adolescentes, que se distraem com muita facilidade, sobretudo, em meio a uma estrutura labiríntica do computador, onde arrisca-se a perder a oportunidade de aprender e fazer as atividades de modo satisfatório e com a atenção necessária, pois, ao se seduzir pela teia de possibilidades, não observará as horas perdidas.
Se é impressionante a velocidade com que as pessoas se viciam na net, imaginem as crianças, horas a fio na frente da tela, sem comer, sem levantar, fascinadas, e perdendo a noção de tempo, espaço, família, linguagem… Os neologismos (criação de novas palavras), invadiram as salas de aulas, a mídia, o ambiente de familiar, de lazer e de trabalho.
Surgiu também o netvício, distúrbio dos aficcionados por computador, que são capazes de se tornarem vítimas se não observarem ou forem observados por familiares, a tempo. Até casos de suicidas on-line estão surgindo; imagine se essa moda pega!
Já existem até terapeutas on-line, dispostos a ?ajudar? viciados no mundo virtual com ciberterapias ou psicoinformática. Muito cuidado! As rotas às vezes nos confundem, e alguém que indique o melhor caminho a seguir é cada vez mais raro!
É inegável que a Internet conquistou o mundo. Agora, cabe a nós encontramos um limite saudável para essa convivência.