O número de alunos das escolas católicas brasileiras caiu 43,9% nos últimos anos, segundo o levantamento mais recente da área. A queda significa quase 400 mil estudantes a menos no período de 1996 a 2004. A crise levou ainda ao fechamento de oito escolas católicas por ano no País nesse período. A pesquisa foi concluída neste ano pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) a pedido da Associação Nacional de Mantenedoras das Escolas Católicas no Brasil (Anamec).

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Os números são altos mesmo se comparados aos do sistema particular de ensino em geral, que enfrenta problemas desde os anos 90 com a diminuição da taxa de natalidade no País e aumento da concorrência. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), houve queda de 5,5% na quantidade de matrículas no ensino médio das escolas particulares e cerca de 10% no ensino fundamental. Eram cerca de 3,3 milhões de alunos em 2004 e 3,7 milhões em 1996, de 1ª a 8ª séries. O número de estabelecimentos privados no Brasil aumentou nesse período, tanto no médio quanto no fundamental, o que mostra a maior competição.

O caso de crise mais recente entre as católicas foi o do Colégio São José, que anunciou há duas semanas seu fechamento depois de perder 1 mil de seus 1.700 alunos em dez anos. A instituição ainda negocia seu futuro com a mantenedora. "As pessoas não moram mais no centro. Nosso problema é financeiro", diz a diretora Yara de Jaegher. O colégio, de 126 anos, fica na Rua da Glória.

Em 2003, o também centenário Colégio São Bento passou por situação semelhante e só não foi fechado porque a sociedade civil, empresas e órgãos governamentais ofereceram ajuda. "As demandas dos pais aumentaram muito, com exigência de formação para vestibular, esporte, lazer. Muitas escolas perderam o foco" diz o diretor da Escola Nossa Senhora do Morumbi, Silvio Barini Pinto. O colégio começou a se recuperar agora de uma crise acarretada pela perda de 70% dos alunos a partir de 1999. Parte da solução foi uma maior profissionalização administrativa, com terceirizações e demissões.

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"Com a exigência da modernização e de mais investimento muitas escolas preferiram fechar a entregar a direção a leigos", acredita Diane Cundiff, diretora do Colégio Santa Maria. A escola é um dos exemplos de católicas que se modernizaram e escaparam da crise dos últimos anos. São atuais 3 mil alunos; e esse total deve aumentar em 5% em 2007. Lá, 60% dos pais são católicos, segundo Diane. "Eles procuram valores cristãos de solidariedade, cidadania e não a religião.

"Existe uma preocupação com a disciplina. As escolas católicas ensinam também respeito às crianças, nas outras, há um relaxamento", diz a dona de casa Ana Lúcia Cundari, que tem uma filha de 9 anos no Santa Maria.

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