Londrina – As revendas de gás liquefeito de petróleo (GLP) no Paraguai estão enfrentando, desde quarta-feira (3), enormes filas de consumidores, temerosos de que o produto venha a faltar por causa da nacionalização das reservas energéticas decretada pelo presidente boliviano, Evo Morales, no dia 1º. de maio.

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Segundo o governo paraguaio, o temor de desabastecimento levou a Argentina, principal fornecedor do GLP ao Paraguai, a reter o embarque do GLP. Mas, segundo a vice-ministra de Indústria e Comércio, Myriam Segovia, um carregamento de 1,2 mil toneladas está para ser despachado. "É uma quantidade pequena, mas nos permitirá respirar", disse.

O GLP, que abastece 49% dos lares paraguaios, é utilizado também como combustível por 25 mil veículos. A fornecedora de GLP para veículos Lovato Gás, uma das mais movimentadas de Assunção, interrompeu a comercialização do produto na quarta-feira (3). A engarrafadora de gás Corona está sem o produto, os estoques da Shell estão chegando ao fim e a Copesa informou que a partir de amanhã (5) não terá mais o produto para vender. Por isso, os consumidores estão fazendo uma verdadeira peregrinação nos postos de venda.

O Paraguai não utiliza o gás natural porque não possui um ramal de conexão com o gasoduto boliviano, obra que foi anunciada no mês passado pelo presidente Duarte Frutos após reunir-se com Morales, em Assunção. O gasoduto terá início em Puero Casado, no Estado do Chaco.

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O presidente da Câmara Paraguaia de Gás (Capagas), Pedro Balotta acusa o governo de negligência, já que o desabastecimento vinha ocorrendo antes da crise provocada pela nacionalização das reservas energéticas da Bolívia. Segundo ele, se o governo não agir imediatamente, o Paraguai ficará sem o GLP a partir da semana que vem.