Escândalo do mensalão atravessa fronteiras e chega a Angola

As investigações sobre o esquema operado pelo empresário Marcos Valério de Souza atravessaram as fronteiras do País e chegaram a Angola, com a descoberta de remessas do Trade Link Bank – que está no foco das investigações do escândalo do mensalão pelas ligações com o Banco Rural -, para autoridades daquele País. A conexão Angola, divulgada na edição de hoje do jornal O Globo, mostra que o ministro das Finanças de Angola, José Pedro de Morais Júnior e o presidente do Banco Nacional, autoridade monetária daquele país, Amadeu de Jesus Castelhano Maurício, receberam cerca de US$ 2,7 milhões por essas remessas.

A reportagem ressalta, porém, que "isso não significa que o valerioduto mandou dinheiro para Angola". De acordo com a matéria, os investigadores dessa conexão trabalham com a hipótese de que o dinheiro enviado para as autoridades angolanas pegou carona no mesmo esquema de movimentação de recursos de Marcos Valério no exterior. O foco das investigações, no momento está concentrado na descoberta dos responsáveis por essas transferências consideradas suspeitas e a razão do esquema ter recorrido a uma off-shore situada num paraíso fiscal (Ilhas Cayman) para realizar pagamentos a autoridades econômicas de Angola.

O Globo informa que os extratos bancários obtidos com a quebra do sigilo bancário da Trade Link, nos EUA, indicam que a off-shore fez 20 remessas no valor aproximado de US$ 2,6 milhões para contas do ministro Pedro de Morais entre 2003 e este ano. Além disso, nos extratos da off-shore consta também uma remessa de US$ 176 mil para Amadeu Castelhano, presidente do Banco Nacional, no dia 12 de março de 2002.

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