Erro clamoroso

Tudo indica que houve erro clamoroso da Scotland Yard, a polícia mais afamada do planeta, na execução sumária de Jean Charles de Menezes, eletricista brasileiro que vivia e trabalhava em Londres. A imprensa londrina, mas não só os indefectíveis tablóides dedicados à exploração sensacionalista dos escândalos cometidos por figuras da ribalta, está se encarregando de desmontar a versão das autoridades sobre o barbarismo.

Não é preciso aprofundar-se no exame do caso para concluir o equívoco dos policiais, ao confundirem Jean com um terrorista islâmico. Fotos do cadáver no interior do vagão mostram que o mesmo não vestia jaqueta pesada, evidentemente desnecessária naquele dia de verão e, tampouco, transportava a mochila com a carga de explosivos que só os policiais imaginaram ali estar.

O rapaz foi friamente eliminado com oito tiros, sete na cabeça, sem ter demonstrado a menor atitude suspeita no trajeto de casa à estação do metrô, onde os policiais o mataram. Uma emissora de televisão afirma que a polícia viu-se obrigada a inventar uma porção de aleivosias para justificar o cometimento do crime absurdo.

Ser ludibriada por autoridades é o que a sociedade britânica menos suporta. Confirmadas as suspeitas do terrível engano e das mentiras forjadas pela Scotland Yard, a respeitada força policial ver-se-á diante do mais extremo desafio de sua história. A fleuma inglesa espera a verdade cristalina. E para a humilde família mineira esse será o único conforto.

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