Ermírio diz que País não precisa de reforma política

O empresário Antônio Ermírio de Moraes, presidente do Conselho de Administração
do Grupo Votorantim, afirmou acreditar que o País não necessitaria de uma
reforma política, mas sim de "uma reforma de grande parte dos homens que ocupam
postos públicos e que deveriam possuir ética".

A análise foi feita sobre
a atual crise política, com os escândalos do "mensalão" e da corrupção nos
Correios. "Os homens que estão em cargos públicos, eleitos, deveriam possuir
ética. Sem ética, nada funciona. Quem deve dar o exemplo para a população
brasileira é o político. Mas isto não está ocorrendo", disse.

Apesar de
minimizar a importância da reforma, Ermírio de Moraes tem opinião formada sobre
os chamados partidos nanicos. "Em sua maior parte e na maioria das vezes, esses
partidos são de eleições. São partidos de aluguel. Deveriam
desaparecer."

Ele entende que o País viveu fases piores do que esta, mas
que sempre houve "bom senso" para se sair delas. "É o que espero em relação às
dificuldades que se enfrenta agora." Ermírio de Moraes também acha que, com
estes acontecimentos, mostra-se, claramente, que o ambiente no País não é
"plenamente democrático." "No meu entender, ainda não vivemos em plena
democracia, pois estamos descobrindo agora fatos que estavam escondidos. Sei que
atingir a plena democracia ainda é difícil, pois é um projeto que vai devagar. É
mais fácil escrever ou falar do que realizar. É um processo educativo, no qual o
Brasil está atrasado."

O empresário lembra que a desilusão dele com os
políticos é mais antiga do que a provocada pelos escândalos atuais. Para Ermírio
de Moraes, "lamentavelmente", os políticos de hoje seriam iguais, talvez, até
piores, que os de 1986, quando foi candidato a governador de São
Paulo.

"Cheguei a estar até com 10% à frente de outros candidatos. Houve
uma grande campanha contra a minha pessoa. Acho que devemos procurar melhorar o
ambiente político. Posso afirmar que os políticos de hoje podem ser até piores
do que os de antigamente. Infelizmente, este é o quadro."

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