Brasília ? A menos de um mês da conclusão dos trabalhos, a equipe técnica da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios apresentou hoje (19) ao presidente, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e ao relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), um esboço do que se pretende colocar no relatório final, que deve ser apresentado entre 15 e 20 de março. Serraglio ressaltou que o documento "é uma proposta e ainda não está completo".
Segundo ele, a reunião de hoje serviu para definir prazos e atribuições para que sejam apresentados os resultados das investigações. O primeiro tópico trata do "valerioduto", nome utilizado pelos técnicos para definir de onde saiu o dinheiro que abastecia o suposto esquema de corrupção operado pelo empresário mineiro Marcos Valério de Souza.
No documento, as origens do "valerioduto" estão subdivididas em quatro tópicos: Visanet, empréstimos, financiamento privado e recursos externos. Em relação à empresa Visanet, o objetivo da CPMI é concluir e formalizar as investigações quanto os aspectos contratuais e legais do funcionamento do Fundo de Incentivo da empresa; continuar o processo de rastreamento das movimentações financeiras da Visanet com a DNA (empresa de Valério) e seus respectivos intermediários e destinatários finais; e conciliar informações contábeis com o controle gerencial e as informações contidas na auditoria realizada pelo Banco do Brasil.
No tópico "empréstimos", estarão no relatório final de Serraglio os resultados das investigações do Banco Rural e Banco de Minas Gerais (BMG) no que se refere aos aspectos contratuais e financeiros. A CPMI vai dar continuidade ao rastreamento das movimentações financeiras decorrentes dos empréstimos e de seus respectivos intermediários e destinatários finais. Também estará no relatório o suposto esquema de caixa 2 operado por Valério na campanha do então candidato a reeleição ao governo de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.
No que diz respeito aos "financiamentos privados", o trabalho nestes últimos 30 dias vai se concentrar na conclusão e formalização das investigações sobre repasses feitos pela Telemig Celular, Amazônia Celular e Usiminas para as empresas de Marcos Valério, DNA e SMP&B, além dos respectivos prestadores de serviços. O contrato de compra, pela Caixa Econômica Federal (CEF), da carteira de crédito consignado do BMG também estará no relatório final.
