Começa nesta quinta-feira (2) a maior competição nacional para os tenistas especiais, o I Jogos Nacionais Special Olympics Brasil, em Mogi das Cruzes(SP). O Paraná será representado no tênis por oito atletas, que vão em busca do título nacional e de uma vaga para o mundial da categoria que será disputado na China, em 2007. A equipe do técnico Laércio Guimarães é formada por Karen Richner, Everton Julio Rodrigues, Diene Camila Bulczak, Fabiana Trepton Lopes, Tiago Costa Ribeiro, Robson de Oliveira Teodoro, Alexandre Kricheldorf e Daniele Aparecida da Costa.
O evento vai reunir cerca de 400 atletas, no período de 2 à 5 de novembro, divididos em seis modalidades olímpicas (atletismo, basquete, futsal, natação, patinação e tênis). Os participantes também concorrerão a 68 vagas para os Jogos Mundiais de Verão 2007 que serão realizados em Shanghai, na China e a 16 vagas para a Copa América de Futebol Special Olympics que terá sede na Venezuela, em março de 2007.
A seleção dos atletas foi feita nos jogos estaduais, realizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, sendo medalhistas de ouro em seus níveis de habilidade e, ainda, sorteados para disputar os Jogos Nacionais.
Entre os atletas selecionados para o nacional, um dos destaques paranaenses é Robson Teodoro, que foi campeão nacional em 2002, conquistou o mundial de 2003 na Irlanda e os Estaduais de 2001 e 2006. O atleta disse que vai buscar o bi-campeonato Brasileiro. "Estou bastante confiante, mas ainda não posso dizer nada, pois vai depender da chave que eu cair, a partir desse momento saberei o grau de dificuldade que terei de enfrentar", fala Teodoro.
Para Robson o contato com o tênis aconteceu por acaso, aos 18 anos de idade, na Escola de Educação Especial Primavera, dentro das atividades de educação física, quando a sua professora apresentou a modalidade. Por meio do esporte o tenista apresentou melhora na auto-estima e na integração social. O tenista especial revela que ficou encantado com o tênis e deste então não quis mais abandonar o esporte. "Eu gosto mesmo é de treinar, quero ficar o tempo na quadra jogando tênis", conta Robson.
Os tenistas Alexandre Kricheldorf e Daniele Costa já chegaram bem perto do título, ambos foram vice-campeões Brasileiros. Neste torneio, eles buscam o título de campeão, dê olho na disputa mundial de 2007. Os estreantes, Everton Rodrigues, Karen Richner, Diene Bulczak, Fabiana Lopes e Tiago Ribeiro estão bastante confiantes e se espelham nos mais experientes para conquistarem bons resultados nas quadras.
Para garantir uma boa preparação, a equipe paranaense realizou dois meses de treino, em quadra rápida, no mesmo formato da disputa nacional, para elevar o nível técnico dos atletas. Os treinamentos foram realizados com o acompanhamento de professores voluntários, que acreditam no desempenho dos atletas, e que, através do esporte esses alunos possam melhorar a sua qualidade de vida e se integrar na sociedade
Os treinamentos foram realizados na quadra rápida do Jardim Ambiental, localizada no bairro Cristo Rei que foi cedida pela Prefeitura Municipal de Curitiba. A preparação também foi feita na Academia de Tênis Figueiredo, com o professor Laércio Guimarães e no Clube do Tênis, com os professores André Luiz Marques dos Santos e Evandro Cunha, sem custo para os atletas.
O começo
As aulas de tênis para alunos especiais começou no ano de 1999, com a iniciativa do professor Laércio Guimarães, época em que trabalhava na AABB. Por meio da parceria firmada com a Escola de Educação Especial Primavera, começaram os treinamentos. O objetivo principal foi de estimular a prática esportiva entre os alunos especiais, para integrá-los na sociedade, mostrando que são pessoas produtivas e úteis, melhorando a disciplina e a auto-estima.
Special Olympics
Sistema único de competições garante a participação em igualdade de condições
A Special Olympics Brasil ? organização sem fins lucrativos que promove treinamento e competições esportivas para pessoas com deficiência mental ? acredita que a melhor maneira de manter o espírito de superação humana é permitir aos atletas a participação sempre em igualdade de condições, o que motivou sua criação há mais de trinta anos.
Por meio do Sistema de Séries Eqüitativas os atletas, com diferentes capacidades intelectuais, podem participar das competições com reais chances de batalhar por uma medalha, ou seja, todos têm oportunidade no sistema da Special Olympics.
Os atletas são divididos em séries de competições baseadas em nível de habilidade, idade e sexo e as competições são estruturadas de maneira que o atleta dispute contra outro de habilidade similar. Esta metodologia admite diferença de 10 a 15% na performance dos atletas que competem na mesma série.
As competições são precedidas de etapa preliminar, onde será aferido o nível de habilidade dos atletas e das equipes para a formação das divisões de competição com nível homogêneo. O atleta que estiver com rendimento superior a 10% do restante do grupo mudará de nível.
As competições são de caráter Olímpico e as regras estão baseadas nas Regras das Federações Esportivas Nacionais e Internacionais. No entanto, a Special Olympics não visa trabalhar apenas com atletas de alto rendimento, sua filosofia propõe a inclusão e participação de todos, independentemente do nível de comprometimento intelectual do participante.
A Special Olympics é autorizada e reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional e proporciona aos atletas especiais a oportunidade de treinamento durante todo o ano e de participação nos jogos locais, regionais e nacionais em seus países. Os Jogos Mundiais são celebrados a cada dois anos, alternados entre jogos de verão e de inverno.
