O Tribunal de Contas de União (TCU) afirma apoiar as investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, analisando documentos, contratos e realizando auditorias. De acordo com o sub-relator de movimentação financeira da CPMI, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), o TCU montou uma equipe de auditores para analisar prioritariamente 35 contratos dos Correios que foram colocados sob suspeição.
A idéia, segundo ele, é que em 30 dias o tribunal apresente relatórios parciais. O deputado disse que no primeiro relatório apresentado já foram apontadas irregularidades na área de informática. "Ele já apontou irregularidades a ponto de o tribunal pedir suspensão desse contrato na área de informática", ressaltou.
Além disso, o deputado informou que, ao mesmo tempo, o TCU está com uma equipe de 100 auditores analisando contratos de publicidade não só dos Correios, mas de várias áreas do governo, para verificar a participação, principalmente, das empresas de Marcos Valério, apontado como operador do suposto pagamento de mesadas a parlamentares.
Fruet afirmou que até o momento uma quantidade enorme de contratos chegou à CPMI, mas não houve tempo para fazer uma análise completa. A comissão conta ainda com apoio da Procuradoria Geral da União e do TCU na área de contratos e movimentação financeira. O Banco Central e Receita Federal também estão colaborando com as investigações.
"Todos os dados estão alimentando sistema e no prazo de 15 a 20 dias poderemos ter uma avaliação melhor e consistente desses dados que chegaram à comissão", disse.
Segundo ele, no caso da movimentação financeira, estão vindo dados do Banco do Brasil, Banco de Brasília (BRB), Bradesco, BMG, Banco Rural e Bank Boston. Porém, alguns estão incompletos. Fruet contou que os dados devem vir no formato de uma planilha padrão para ajudar no cruzamento de informações.
O deputado destacou que a CPMI deve analisar os documentos para identificar a origem e o destino do dinheiro. "É necessária a equipe para ver se houve execução do contrato bem como a movimentação financeira para saber a origem, através dos extratos", disse.
"Descobrir também aquela origem remota, ou seja, aquele dinheiro que entrou nas contas sem identificação e o destino. Não só quem sacou na boca do caixa, mas quem efetivamente recebeu o dinheiro."
A CPMI conta ainda com outros dois sub-relatores. O deputado Carlos Abicalil está responsável pela área de contratos e o deputado Carlos Sampaio vai apoiar na parte administrativa.