São Paulo – Estimativas indicam que 1% da população mundial tenha vitiligo e que 3% sofra com psoríase. São duas doenças da pele, ambas crônicas. Os quadros são variáveis, podendo passar por bons períodos de remissão. A cura ainda não existe, mas um equipamento trazido em novembro para o Brasil promete facilitar muito o tratamento com resultados mais rápidos do que os obtidos com terapias já utilizadas. Trata-se do Xtrac Excimer Laser, usado nos Estados Unidos desde 1998.
Esse aparelho emite feixes de luz no local da lesão através de fibra ótica. A aplicação se dá de forma rápida, são apenas alguns segundos em cada lesão e a sessão completa dura em média cinco minutos. "É um tratamento muito bom. No caso da psoríase, após 10 sessões já podemos colher resultados", afirma Antônio Bastos Filho, dermatologista que faz o uso do Xtrac em sua clínica em Campinas, no interior de São Paulo.
RADIAÇÃO
O tratamento com o equipamento recebeu aprovação do Foods And Drugs Administration (FDA), a agência norte-americana que regula as questões de alimentos e medicamentos, em 2001. Aqui no Brasil, o processo ainda está em análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas o aparelho já está sendo utilizado com sucesso. Desde o lançamento, diversos estudos foram feitos com base no Xtrac Excimer Laser e os resultados são animadores. Em até 95% dos casos de vitiligo, as lesões tratadas não voltam a apresentar a doença e, no caso da psoríase, o período de remissão tem sido em média de seis meses.
As aplicações são controladas pelo próprio médico. É uma radiação de cumprimento único que atinge 308 nanômetros. O número de sessões chega a 60, dependendo da situação do paciente. O custo pode atingir R$ 150 por sessão, também variando conforme o caso. "O laser não funciona igual para todos mas nessas primeiras semanas em que estou usando na minha clínica, tenho assistido bons resultados", afirma Bastos Filho.
Entre as vantagens sobre as terapias com medicamentos estão a segurança na aplicação, que é mais localizada, a ausência de efeitos colaterais e o fato de não ter contra-indicações. Apesar disso, não se trata de um tratamento perfeito. "No caso da vitiligo, se forem feitas 13 sessões sem melhora, recomendo procurar outra alternativa", avisa Bastos Filho. O laser ainda não é a solução e há muito o que ser estudado até chegar a cura dessas doenças.