EPE contesta estudo que sinaliza desabastecimento de energia a partir de 2008

Rio de Janeiro – O Conselho de Energia da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e o Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgaram nesta quinta-feira (21) um estudo com um alerta para o risco de desabastecimento de energia no país a partir de 2008, e a proposta de adoção de medidas imediatas, entre as quais a expansão da capacidade de geração e alternativas de remanejamento de energia.

De acordo com o trabalho, o desabastecimento pode ocorrer tendo em vista o período desfavorável de chuvas este ano e a situação dos reservatórios, cuja capacidade seria de 52% atualmente, com previsão de chegar aos 40% em novembro.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, descartou por completo a ameaça. Em entrevista à Agência Brasil, ele garantiu que não existe risco de  racionamento até 2010. ?A situação até 2010 é de tranqüilidade?, afirmou.

Tolmasquim disse que ?ao contrário do que indica o estudo da Firjan, este ano foi um ano bastante chuvoso tanto no Nordeste como no Sudeste, e os reservatórios estão em um nível adequado. Houve um problema de seca no Sul, mas o sistema do Sul é pequeno e não afeta o sistema nacional?.

O presidente da EPE salientou que o ano ainda não acabou e, por isso, ainda não se pode saber se a média de chuva no Sul será muito baixa ou não. ?Temos que aguardar o final do ano?, recomendou.

?De qualquer forma podemos tranqüilizar a todos que o nível dos reservatórios atual é suficiente para nos dar uma tranqüilidade de que no ano que vem não haverá problema e nos demais anos a oferta  existente no sistema é suficiente para  que o risco de déficit seja muito pequeno?, afirmou.

O estudo da Firjan/UFRJ afirma que o crescimento econômico projetado pelo governo, de 4,75% ao ano até 2010, não é sustentável devido ao déficit energético existente.

Em cenário com crescimento anual de 3,2% até 4,75%, os reservatórios podem chegar ao índice crítico de 20% já no final de 2007, repetindo o problema registrado em 2001, diz o trabalho.

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