Brasília – Os policiais envolvidos no assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes – morto no dia 22 de julho de 2005 em uma de estação de metrô em Londres – não vão sofrer processo disciplinar, segundo nota divulgada nesta sexta-feira (11) pela Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC, na sigla em inglês). A decisão afeta 11 dos 15 oficiais envolvidos no caso.
O presidente do IPCC, Nick Hardwick, notificou a família dele nesta manhã. Segundo ele, a decisão considerou o exame detalhado das representações apresentadas pelo Serviço de Polícia Metropolitana, pela Autoridade Metropolitana de Polícia e pelos advogados da família do brasileiro. A Procuradoria Britânica também foi consultada.
De acordo com a nota, Hardwick considerou três aspectos: o próprio incidente, quando Jean Charles foi visto deixando seu apartamento em Scotia Road até o momento em que ele foi baleado; as declarações dos policiais envolvidos; e o plano e na preparação que precedeu o incidente.
O brasileiros foi morto a tiros por policiais à paisana, na estação de Stockwell. No dia, houve uma tentativa ataque terrorista fracassado em estações de metrô da capital inglesa. De acordo com a versão oficial da policia britânica, os policiais teriam o brasileiro confundido com um terrorista.
Ao longo da sua explicação, o presidente do IPCC disse que o rapaz foi baleado sete vezes por policiais da Polícia Metropolitana quando ia trabalhar. ?Ele era totalmente inocente. Eu não vi nada que ele possa ou não possa ter feito conscientemente diferente que poderia ter permitido que ele escapasse?, diz o texto.
No final de 2006, a família do brasileiro havia pedido uma revisão da decisão da promotoria de denunciar apenas a polícia como corporação e não seus policiais pela execução do brasileiro. Com a revisão, o processo ficaria aguardando um posicionamento jurídico para definir quem deveria ser indiciado, se os policiais ou a corporação policial.