Entre os países da América do Sul, o Brasil é o que apresenta a maior taxa de acesso de crianças ao ensino fundamental. Do total de crianças brasileiras de 7 a 14 anos, 97% freqüentam a escola, indicador que supera países como Argentina (93%), Bolívia (92%) e Colômbia (90%). Os números fazem parte do relatório Situação Mundial da Infância 2005 ? Infância Ameaçada, divulgado nesta quinta-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

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O documento mostra, no entanto, que cerca de 780 mil crianças que chegaram a 4ª série do ensino fundamental em 2003 não sabiam ler. "Isso quer dizer que elas não têm acesso ao saber mínimo para poder quebrar o ciclo da pobreza", observou a representante do Unicef no Brasil, Marie Pierre Poirier.

Para Marie Pierre, outro desafio para o Brasil é incluir no sistema educacional os 3% de crianças – o que corresponde a um universo de 740 mil meninos e meninas – que não freqüentam a escola. Desse total, cerca de 500 mil são negros. O relatório também mostra que 7,9% das crianças e adolescentes indígenas estão fora da escola.

De acordo com o estudo, os filhos de mães sem instrução ou com menos de um ano de estudo têm doze vezes mais risco de estar fora da escola do que crianças e adolescentes cujas mães têm 11 anos ou mais de estudo. "Isso quer dizer que educação de qualidade, que transmite conhecimentos e habilidades para a vida, para construir um futuro melhor para si e sua família, é uma das estratégias mais importantes para quebrar o ciclo da pobreza", ressaltou Marie Pierre.

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