Entre os grandes

As marchas e contramarchas da política, não raro, fazem bem a determinados partidos bafejados pelos bons augúrios, mesmo que a estimativa de duração dos privilégios seja passageira.

É o que acontece nesse contexto com o PFL, herdeiro do espólio deixado pela antiga Aliança Renovadora Nacional (Arena), sigla inventada pelos autores da costura da sustentação política do golpe militar de 1964, para abrigar o conservadorismo que cuspia fogo ao ouvir falar do presidente João Goulart.

De repente, pelos arcanos a que estão sujeitos os partidos e os homens públicos, o PFL adquiriu o status de grande partido e passou a pilotar os dois maiores orçamentos da República, com exceção do orçamento federal. Governará até o final do ano a máquina econômica do País, o Estado de São Paulo, com R$ 9,2 bilhões para investir e, de quebra, a Prefeitura paulistana, com mais R$ 2 bilhões.

O veterano Cláudio Lembo assumiu em lugar de Geraldo Alckmin, candidato tucano à Presidência da República, e o vice-prefeito paulistano Gilberto Kassab passou a ocupar a cadeira de José Serra.

Nesse panorama de auto-afirmação, o PFL ainda terá a prerrogativa de indicar o candidato a vice-presidente na chapa liderada por Geraldo Alckmin, centrando a discussão em torno de três de seus principais esteios: os senadores Jorge Bornhausen (SC), presidente nacional da agremiação, José Agripino Maia (RN) e José Jorge (PE).

O PFL governava apenas os estados da Bahia e Sergipe, com Paulo Souto e João Alves Filho, respectivamente, e agora passou a contar com mais um governador, Mendonça Filho, que substituiu o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, candidato a uma cadeira no Senado da República. O outro nome relevante do partido é o do prefeito César Maia, do Rio de Janeiro.

O governador paulista afirmou que o partido recebeu um influxo positivo e, com tal motivação, poderá empreender a renovação de seus quadros mediante atrativa campanha de filiação com vistas às eleições de 2008 e 2010, quando haverá de surpreender, segundo sua ótica bastante otimista.

Com dificuldades quase intransponíveis para convencer o eleitor dos centros mais avançados, o PFL esteve limitado a operar uma bancada federal ágil em defender os interesses da indústria e do agronegócio.

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