Brasília – O emprego terceirizado sofreu uma rápida expansão no país nos últimos dez anos. Entre 1995 e 2005, de cada três novas vagas de trabalho criadas no setor privado uma foi pela terceirização. O ritmo médio de expansão anual desta modalidade de contrato foi quase quatro vezes maior do que o conjunto dos postos formais de trabalho. Os dados fazem parte do estudo Terceirização e Diversificação nos Regimes de Contratação de Mão-de-Obra, do economista Marcio Pochmann.
Em 2005, os terceirizados somavam 4,1 milhões de pessoas, quase 16% do total dos trabalhadores do setor privado (26,4 milhões de pessoas). Dez anos antes, estes empregados eram 1,8 milhões, o equivalente a 9,2% do total.
A estimativa do economista é que a terceirização represente uma economia de cerca de 7% nos gastos com folha de pagamento e encargos sociais. Em 2005, esse percentual representaria R$ 26 bilhões. O estudo analisou a situação dos empregados com carteira assinada no setor privado, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho.
De acordo com Pochmann, a terceirização é um ?imperativo econômico? da atualidade para que as empresas tenham competitividade. ?Do ponto de vista da competição, as empresas tendem, de fato, a se concentrar nas atividades em que são mais competitivas?, afirmou o pesquisador em entrevista à Agência Brasil.
A contratação terceirizada é usada principalmente, segundo Pochmann, em atividades como a de segurança, limpeza, conservação e transporte. ?A terceirização serviu como uma possibilidade não apenas de redução de custos, mas também com o objetivo de permitir que as empresas se concentrem naquelas atividades em que elas são mais produtivas, mais rentáveis?, explicou.
O estudo revelou, no entanto, que a modalidade de contratação indireta tem representado uma precarização do trabalho. Em média, os terceirizados ganham um terço a menos do que os demais assalariados formais.
