Representantes de institutos, conselhos e de entidades de classe ligados de alguma forma ao transporte ferroviário apoiam as ações do governo do Paraná em defesa da Ferroeste, ferrovia que liga Cascavel a Guarapuava, no sentido de retomar o projeto original, barateando e dando mais agilidade ao escoamento de safras.
Para o presidente do Conselho de Usuários da ferrovia, Alcides Cavalca Neto, a esperança de todos os usuários da Ferroeste é que se concretize a luta do governo para que a estrada volte a cumprir o seu papel que é transportar a produção do Oeste do Paraná.
?Estamos há quase 10 anos pagando fretes e contribuindo para a deterioração da nossa malha rodoviária e formando filas no Porto de Paranaguá, quando poderíamos utilizar a ferrovia com capacidade de transportar cerca de 4 milhões de toneladas de grãos por ano?, lamenta Cavalca.
De acordo com informações de Cavalca, a Ferroeste hoje transporta menos de 1 milhão de toneladas de grãos ao ano por falta de material rodante. ?A concessionária Ferropar deixa de cumprir os contratos firmados com as empresas e cooperativas por falta de vagões para o transporte dos grãos e fertilizantes?, revela.
O diretor do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, Paulo Sidnei, ressalta que as concessões públicas não tem cumprido o seu papel, excluindo clientes e deixando de realizar investimentos ? ?o que teria sido o principal motivo das privatizações?, segundo ele.
?Não verificamos nenhum investimento em ampliação ou modernização da malha ferroviária, nem aumento do material rodante ? vagões e locomotivas. O modelo de concessões, como o da Ferropar, só trazem prejuízos aos usuários e precisam ser revistos?, diz o engenheiro que trabalhou por 26 anos na Rede Ferroviária Federal (RFFSA).
Ao Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), de acordo com seu presidente Luiz Cláudio Mehl, preocupam os problemas de logística da ferrovia devido às conseqüências negativas que isto acarreta para todo o modal viário do Estado e também do país.
?O IEP analisa os problemas de infra-estrutura do Paraná e do Brasil como um todo e ainda está analisando os problemas apresentados na Ferroeste?, comenta Mehl.
?Jamais tivemos dúvida de que a sociedade atenderia de imediato e com entusiasmo a convocação do governo. O Paraná tem um sentimento de pertença muito forte em relação a Ferroeste. O povo paranaense sabe que a sua ferrovia foi seqüestrada por uma empresa que não possui nenhum compromisso com o desenvolvimento do Estado?, diz Samuel Gomes, diretor Administrativo, Financeiro e Jurídico da Ferroeste. ?Estamos iniciando um novo tempo para a Ferroeste?, completa.