Entidades ligadas ao transporte de carga criticam decisão do STJ

Sindicatos e outras entidades ligadas ao transporte de cargas e usuários de rodovias do Paraná criticaram a decisão desta quinta-feira do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que autorizou o reajuste do pedágio. Os representantes das entidades são unânimes em afirmar que o reajuste é altamente prejudicial à economia paranaense.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), Rui Cichella, reclamou que o aumento é abusivo e que não há retorno em benefícios. “Em algumas rodovias o aumento representará até 9% a mais no custo do frete. O trecho de Curitiba até Paranaguá irá se transformar no quilômetro mais caro de rodovia do país”, afirmou. Cichella disse ainda que, apesar da tarifa absurda paga pelos usuários e trabalhadores no setor de transportes, as rodovias continuam em más condições.

Já o presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro, Nelson Canan, lembrou que a classe passa por uma situação muito complicada e que o pedágio representa até 30% do frete. “Os maiores prejudicados são os caminhoneiros, que têm o lucro diminuído para que o transportador não sofra tanto com o preço da tarifa”, diz. “A continuidade das tarifas abusivas vai inviabilizar o transporte em nossas rodovias”, alerta.

Canan concorda com Cichella quando diz que o valor cobrado pelas concessionárias não condiz com a situação das rodovias do Estado. “O valor que pagamos não é repassado de forma justa para a manutenção das rodovias, o que nos faz ter um duplo prejuízo: pagamos a alta tarifa e corremos riscos com o caminhão em rodovias em mau estado de conservação”.

Litoral

O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares, Casas Noturnas e Similares do Litoral Paranaense (Sindilitoral), José Carlos Chicarelli, recebeu com preocupação a notícia do reajuste das tarifas. Segundo estudos realizados pelo seu sindicato, a viagem de um turista do Norte do Estado até as praias paranaenses fica 25% mais cara por causa do pedágio. “Um caminhoneiro chega a fazer duas viagens por semana do Norte até Paranaguá”, recorda Chicarelli.

Ainda de acordo com o presidente do Sindilitoral, “a economia paranaense perde como um todo e o litoral perde duas vezes mais, com a diminuição de até 50% no turismo”. Chicarelli alerta ainda que o inverno já é um período complicado para os donos de estabelecimentos da região. “Infelizmente, registraremos um movimento ainda menor”.

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