O PMDB de Curitiba oferece a uma rarefeita platéia, ainda iludida pela recuperação da antiga pujança do partido, a tristonha encenação do enterro de seus ossos. Sob o prolongado efeito corrosivo da derrota na eleição municipal, o PMDB teve agravada a convulsão interna pelo inconformismo da pequena bancada de vereadores, diante da atuação do presidente do diretório municipal, Doático Santos.
A querela peemedebista começou quando o partido optou pelo apoio ao deputado Angelo Vanhoni, ao invés de disputar a eleição municipal com candidato próprio. Aliás, essa foi a causa da desfiliação do deputado federal Gustavo Fruet, hoje integrado ao PSDB.
Os vereadores Paulo Salamuni, Reinhold Stephanes Júnior e Luiz Felipe Braga Cortes, formadores de um núcleo de resoluta oposição à permanência de Doático à frente do diretório, não escondem o clima de desconforto com o atual estágio do partido na capital.
A saída foi compor um certo Conselho Municipal de Curitiba, figura até então desconhecida no âmbito partidário, com o objetivo de reconciliar as partes em confronto. Deputados federais e estaduais, secretários e altos funcionários do governo foram chamados para a delicada missão.
Para a estréia formal do conselho, o PMDB organizou um encontro, chamando para acender o cachimbo da paz o encanecido cacique Nivaldo Krüger.