Enquanto uns passageiros reclamam e desmaiam, outros relaxam e cantam

Brasília – A falta de informação por parte das companhias aéreas é uma das principais causas de impaciência e descontrole dos passageiros que esperam para embarcar no Aeroporto Internacional de Brasília. A avaliação é do empresário Paulo Echeveri, que espera para embarcar num avião da TAM com destino a Porto Alegre desde as 16 horas de ontem (30).

"O maior problema é a falta de informação. Não sei se as companhias têm medo da reação dos clientes e, por isso, não passam informações sobre os atrasos", disse.

Até a manhã de hoje, o vôo do empresário já havia sido remarcado três vezes. De acordo com ele, que está no aeroporto desde ontem, a companhia aérea alojou parte dos passageiros que esperam pelo embarque em hotéis da cidade. Mas outra parte teve que dormir no aeroporto. "Mais de mil pessoas ficaram aqui dormindo embaixo das escadas e se cobrindo com papelão".

Echeveri disse ainda que, para acalmar os passageiros, a empresa tem adotado a estratégia de remarcar as passagens de hora em hora. "Tem que ser transparente, correto com os clientes e dar informações. É aí que as companhias estão falhando, apesar de o caos ter sido instaurado pelo governo".

No final do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou melhores informações para os passageiros prejudicados pela crise aérea. Hoje, em Washington, ele prometeu uma "decisão final" na próxima terça-feira.

No aeroporto da capital federal, houve gente que não suportou a espera. A passageira Carla Campos Freire, da Gol, desmaiou na fila do check-in, após ficar em pé por mais de três horas sem se alimentar. Foi socorrida por uma amiga e um funcionário da companhia aérea. O vôo, com destino a Campinas, havia sido cancelado.

Mas para alguns, a situação foi inspiradora. O engenheiro Fábio Puzio, com passagem marcada para Curitiba num vôo da Gol desde as 19 horas de ontem, resolveu descontrair e cantar com outros passageiros.

Para ele, é preciso ter bom humor, ?senão a volta para casa fica ainda pior". ?Não podemos ficar aqui passivamente na fila. Temos que protestar e falar para este governo trabalhar". Ele duvida que embarcará para Curitiba ainda hoje. ?Se eu viajar amanhã, estou feliz!".

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