Ao contrário do observado no governo Fernando Henrique, o governo Lula preferiu onerar mais o setor industrial do que o consumidor residencial no processo de aumento das tarifas de energia elétrica nos últimos quatro anos. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para um aumento médio de 75,34% entre 2002 e 2006, o setor industrial teve reajuste de 116,85%, enquanto os consumidores residenciais viram as suas contas de luz subirem em "apenas" 40,61% no período.
Considerando-se apenas o ano de 2006, houve uma virtual estabilização nas tarifas residenciais, com elevação média de 1 29% ao longo do ano, enquanto a indústria registrou alta de custos de 12,28% no mesmo período. A tarifa média em 2006 subiu 5,98% em relação à média de 2005.
O maior aumento no governo Lula, porém, foi para o segmento de autoprodução dentre os oito detalhados pela Aneel. As empresas que geram energia elétrica para consumo próprio viram as suas tarifas avançarem 185,34% ao longo dos últimos quatro anos, com as suas tarifas praticamente empatando com o preço médio residencial.
De acordo com a Aneel, a tarifa média de autoprodução encerrou o ano passado em R$ 293,50 por MW/h, enquanto a média residencial ficou em R$ 294,91. A média geral, incluindo a área industrial, comercial, rural e governo ficou em R$ 250,83 por MW/h.
O setor comercial também foi "poupado" pela agência reguladora, com aumento acumulado em quatro anos de 47,76% (tarifa de R$ 274 24 no final de 2007), com o setor rural registrando majoração de 56,18% (R$ 176,30), o poder público com elevação de 58,48% (R$ 292,46), a iluminação pública teve reajuste de 46,73% (R$ 165 31) e o serviço público viu os seus custos com energia elétrica avançarem 74,17% ao longo de 2002 a 2006 (R$ 185,89).
