Mesmo com os atrasos possíveis e imagináveis num projeto da magnitude da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, no longínquo Estado de Rondônia, além dos proverbiais rumores sobre dificuldades naturais que haveriam de restringir ainda mais o andamento do processo, o leilão para definir o consórcio responsável pela execução da obra saiu em menos de dez minutos.
A Usina de Santo Antônio está projetada para produzir 3.150 megawatts, e o governo prevê que a tarifa a ser cobrada pela energia produzida no Madeira poderá ficar – pelo menos – 60% abaixo do preço praticado atualmente pelo mercado. O ponto de vista está sendo reiterado por Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Planejamento Energético (EPE), entidade vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), para quem a largada da construção da obra é o marco definitivo do grande projeto de geração de energia na região amazônica.
O início da comercialização da energia gerada pela Usina de Santo Antônio foi antecipado para maio de 2012 (a data anterior era dezembro), sendo esse um compromisso assumido pelo consórcio ganhador, recebido com grande satisfação pelo governo, tendo em vista o esforço no sentido de evitar os contratempos de um novo apagão.
Quanto ao otimismo de Tolmasquim, de que o custo da energia para os consumidores poderá ser 60% menor, afinal, perspectiva que desde já cativa os grandes consumidores e operadores do mercado, ainda será necessário aguardar o desenrolar dos acontecimentos e torcer para que nenhum empecilho de vulto impeça a concretização do planejamento.
Há um aspecto importante a ser ressaltado em relação à obra, ou seja, o preço foi estabelecido em contrato hermeticamente fechado, segundo revelou o presidente da Empresa Brasileira de Energia. A eficiência da execução do projeto trará ganhos ao empreendedor, mas a mesma regra vale para a eventualidade dos prejuízos. Essas são as regras do capitalismo, assinalou Tolmasquim em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Para tranqüilizar os consumidores, o executivo afirmou que não existe déficit na produção de energia e, mais, que a probabilidade é zero. Ninguém deixa de ligar aparelhos elétricos por falta de energia, porque desde 2003, além de estimular a produção, o governo se esforça para baixar os preços das tarifas. Falou e disse.