O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, também coordenador do programa de energia de Lula para um eventual novo mandato, afirmou nesta terça-feira (24) que a energia nuclear ficou de fora das diretrizes traçadas pelo partido para um próximo governo, "porque esta é uma decisão que está sendo tomada particularmente dentro do gabinete presidencial".

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Indagado por jornalistas sobre qual seria o motivo de o tema não ter sido sequer mencionado uma única vez no conteúdo programático das propostas de Lula para a reeleição, Tolmasquim tentou se esquivar dizendo que havia ainda certa "indecisão" com relação ao que seria feito nesta área. "Não há ainda um nível de decisão sobre este assunto", comentou em entrevista após finalizar a apresentação do programa no Rio.

Segundo ele, entretanto, "como sexta reserva de urânio do mundo, o Brasil tem espaço de sobra para a energia nuclear". "Mas ainda não se definiu quantas usinas seriam. Não se sabe. É algo que está sendo discutido agora. Já existem entrevistas dadas sobre isso por membros do governo. Mas nada decisivo a respeito".

Sobre o mesmo tema, o presidente da Eletrobrás, Aloísio Vasconcelos, lembrou que a decisão sobre a retomada das obras de Angra 3 deve ser colocada na pauta das duas últimas reuniões do ano do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que acontecem em novembro e dezembro. "Como cidadão, eu defendo a conclusão de Angra 3, porque é uma obra que acrescenta 1,4 mil MW na matriz energética, numa localização bastante favorável e a um custo que hoje já se tornou viável. Quanto à construção de novas usinas, entretanto, eu prefiro não comentar. Preciso esperar mais estudos para ter uma opinião formada", disse, ao deixar o Teatro Cândido Mendes, no centro do Rio, onde aconteceu o lançamento do Programa Setorial de Política Energética e Mineral do governo Lula para um eventual segundo mandato.

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