O governo não parece desistir da sonhada meta de crescimento de 4,5% do PIB este ano. A afirmação é reiterada com a regularidade de um relógio cuco pelo ministro Guido Mantega. Não obstante, prudência e realismo também devem temperar esse cardápio otimista.

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Sabe-se, e essa realidade requer explicações urgentes do governo, que se o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o Congresso sequer começou a debater (e o primeiro trimestre praticamente se esgotou), propiciar condições para a hipótese do crescimento de 4,5% em 2007 e 5% entre 2008 e 2010, não haverá capacidade instalada para produzir a energia elétrica suficiente para satisfazer a demanda.

Técnicos do setor advertem que o crescimento previsto exige três mil megawatts (MW) de potência nova ao ano, mas não existe nenhum grande projeto de aproveitamento energético em vias de ser colocado em produção. A solução imediata seria injetar no Sistema Interligado Nacional os 2.698 MW gerados por termelétricas a gás desligadas por falta de combustível.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) diz que 113 usinas que usam gás, óleo ou biomassa, previstas para funcionar até 2011, deverão acrescentar 3.654 MW à oferta de energia elétrica brasileira.

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O nó é que apenas 28 desses empreendimentos estão em construção.