A energia produzida pela usina hidrelétrica de Itaipu ficará 7,62% mais cara a partir de 1.º de janeiro. Com o reajuste, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa passará a custar US$ 19,2071 por quilowatt. Esse aumento afeta principalmente as distribuidoras das regiões Sul e Sudeste, que compram a maior parte da energia vendida pela hidrelétrica binacional.
A Eletropaulo, de São Paulo, é a empresa que mais adquire energia de Itaipu – cerca de 17% do que é vendido. Em segundo lugar aparece a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), com 16% da cota, seguida da Bandeirante, em São Paulo, e da Light, no Rio de Janeiro, ambas com 11%. A CPFL, que atua no interior paulista, compra cerca de 7% da energia de Itaipu e a Copel, do Paraná, 6%. Ao todo, 22 distribuidoras adquirem energia da hidrelétrica, que é comercializada pela Eletrobrás.
O gasto das empresas com a compra da energia de Itaipu, cotada em dólar, é considerado pela Aneel para calcular o reajuste anual das tarifas de energia das distribuidoras na ocasião dos aniversários dos contratos de concessão, que ocorrem ao longo do ano. Essa energia representa grande parte da chamada parcela A do cálculo tarifário, que leva em conta a variação cambial dos 12 meses anteriores ao aumento.
Em 2003, o governo decidiu adiar o repasse para as tarifas da variação cambial com objetivo de evitar índices muito altos de reajustes, que estavam pressionados com a alta do dólar registrada em 2002. Esse valor que deveria ter sido repassado para as tarifas em 2003 foi divido em duas parcelas: a primeira foi descontada nos reajustes deste ano e a segunda será repassada para as tarifas em 2005.
Atualmente, as empresas pagam US$ 17,8474 por quilowatt pela energia de Itaipu. Esse valor foi definido no fim do ano passado, a partir de um reajuste de 1,66%. No cálculo da tarifa de repasse, segundo a Aneel, são considerados o custo unitário dos serviços de eletricidade da usina, o custo da energia cedida ao Brasil pelo Paraguai e o saldo da conta de comercialização da Eletrobrás.