A cana-de-açúcar foi o principal destaque do Balanço Energético Nacional (BEN) de 2006, divulgado hoje pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Segundo os dados apurados no ano passado, a produção de etanol, que atingiu 17,8 bilhões de litros (crescimento de 10,8% na comparação com 2005) teve impacto direto na oferta de energia no país no ano passado. Considerando todas as formas de energia (renovável e não renovável), os produtos de cana-de-açúcar chegaram a quase igualar o volume de energia hidráulica na matriz energética.

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Enquanto os derivados da cana-de-açúcar (álcool e bagaço) tiveram juntos crescimento de 9,7%, atingindo a 33,1 toneladas equivalentes de petróleo (tep), a energia hidráulica cresceu 3 7%, atingindo a 33,6 tep. Isso significa que os produtos da cana ocupam hoje fatia de 14,4% da matriz energética ante 14,6% da energia hidráulica. Por essa fórmula de calcular matriz energética, os derivados de petróleo lideram o bolo, com 38,8% (o mesmo que em 2005), seguido por lenha e carvão vegetal (12,4% ante 13% no ano anterior) e gás natural (9,5%, mesmo porcentual de 2005).

No caso específico da geração de energia elétrica, a cana-de-açúcar (que representa entre 70% a 80% da biomassa usada para essa finalidade no país) também teve crescimento acima do esperado. A energia gerada por biomassa cresceu 7,1%, passando de 18,3 Twh para 19,6 Twh.

Gás

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A produção de gás natural no mercado nacional em 2006 permaneceu exatamente a mesma do que em 2005. De acordo com os dados que constam no balanço, a produção nacional de gás no ano que passou foi de 48,5 milhões de metros cúbicos por dia, dos quais chegaram ao mercado efetivamente 27 milhões de metros cúbicos (200 mil metros cúbicos a mais do que em 2005).

Segundo o BEN, dentro da oferta de energia elétrica, o gás natural teve sua participação reduzida em 3,1%, por conta de muitas usinas não terem sido despachadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) devido ao nível elevado dos reservatórios de água. Já especificamente com relação à geração termoelétrica no país, que cresceu em 7,4% em 2006 sobre 2005, a participação do gás se manteve estável em 25,9%, perdendo o primeiro posto para a energia térmica gerada a partir da biomassa, que ficou com uma fatia de 27,8%. Ainda na geração térmica, a energia nuclear participa com 19,6%, derivados de petróleo com 16,2% e carvão vegetal com 10,5%.

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Petróleo

A participação do petróleo e seus derivados na matriz energética se manteve estável em 2006 ante o ano anterior, mas a produção do combustível fóssil em território nacional cresceu 5,3% no ano que passou. A produção de petróleo cresceu 5,6%, enquanto a de derivados teve acréscimo de 0,9%. O aumento da produção nacional permitiu uma redução de 4,7% nas importações do petróleo.