Nascida em 2003 para garantir um padrão de assistência técnica e elevar a produção de milho nos 13 municípios integrantes da região de Apucarana, a Milhotec 2006, realizada semana passada (24) no distrito apucaranense de Correia de Freitas, ?deu show de tecnologia e mostrou em curto espaço de tempo seus resultados positivos?, afirma o zootecnista Carlos Eduardo Vercesi, gerente regional da Emater.
O Departamento de Economia Rural do Núcleo da Secretaria da Agricultura confirma a evolução de área de 26,1 mil hectares na safra passada para 32 mil hectares, cultivados por 1,1 mil produtores, com uma produção esperada de 222 mil toneladas. ?Mesmo com quebra média de 6% devido à estiagem e com 15% já colhida, vale destacar que a região evoluiu em tecnologia na produção do milho porque mantém uma média de produtividade superior a sete mil quilos por hectare nesta safra?, atesta o economista Paulo Sérgio Franzini, do Deral de Apucarana.
Cita ainda que tem produtores, dentre eles os da comunidade Caixa de São Pedro, em Apucarana, colhendo 11,2 mil quilos por hectare devido ao plantio mais cedo, feito em fins de setembro e início de outubro.
O entusiasmo de Vercesi também estava estampado na face dos 20 monitores representantes das empresas e instituições ligadas à cadeia produtiva do milho, devido às receptividade dos agricultores familiares visitantes, interessados em ouvi-los e questioná-los em cada uma das estações montadas.
As 10 empresas que comercializam sementes de milho instalaram em média seis híbridos, mostrando o grande elenco de opções potenciais, disponíveis para os diversas sistemas de produção e tamanhos de propriedades produtoras. Inclusive foram demonstradas variedades de milho voltadas para alimentação de bovinos, suínos e aves.
O produtor rural Nicola Vioto Maronezzi, proprietário da área onde se realiza a Milhotec, avalia a importância do evento pelo que observa ali durante o monitoramento técnico das visitas. ?Na observação da edição passada, tomei a decisão de plantar 24 hectares nesta safra de um dos híbridos de milho que melhor se desenvolveu, e no sorgo estou comparando a minha lavoura de um hectare com as duas variedades aqui demonstrada e vejo que errei na escolha?, observa Nicola.
A implantação desta terceira edição da Milhotec começou em final de setembro do ano passado, com a dessecação de 1,5 hectare, localizado estrategicamente dentro dos 97 hectares da Fazenda Boa Esperança, detalha o extensionista municipal Geraldo Ermelindo Maronezi, o coordenador-geral do evento e filho do proprietário.
Privilegiada de clima ameno e solo de basalto, em altitude de 780 metros acima do nível do mar, a área da Milhotec recebeu ainda 920 quilos por hectare de adubação de base na formulação 8.28.16 e micronutrientes, uniformizando os procedimentos das empresas para o plantio do milho, de acordo a densidade e espaçamento de cada híbrido. ?Na condução técnica, fizemos o monitoramento das pragas, controles das hervas daninhas e adubação de cobertura padrão\\\", assegura Maronezi, que lembra do pós-evento, onde cada unidade expositiva será colhida e analisada a sua produção e produtividade, em relatório final encaminhado às empresas participantes e divulgado na imprensa.
O monitoramento das pragas da cultura do milho foi apresentado pelo engenheiro agrônomo e entomologista Lauro Morales, do Projeto Grãos da Emater, que destacou procedimentos importantes para evitar o uso desnecessário de agrotóxicos contra a lagarta elasmo, o besouro-patriota, o percevejo-barriga-verde e a lagarta-do-cartucho. ?Qualquer controle químico deve ter orientação agronômica, para evitar o aumento dos custos de produção, o risco de contaminação do aplicador e as conseqüências serias de poluição ambiental?, alerta Morales, ?para evitar, principalmente, a seleção de populações de pragas resistentes aos inseticidas?.
