A Prefeitura de Curitiba, o CIFAL – Centro Internacional de Formação de Autoridades Locais e a Convenção da Basiléia promoverão, de 28 a 30 de março, no Salão de Atos do Parque Barigui, o encontro internacional "Gestão Integrada de Resíduos Tóxicos em Áreas Urbanas e Desenvolvimento de Parceriais Público-Privadas". O encontro reunirá Brasil, Bélgica, Suíça, Argentina, Chile, México, Uruguai, Paraguai e Venezuela. Pelo país, participarão as cidades de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Cascavel, São José dos Pinhais e Fazenda Rio Grande.
O encontro, coordenado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), reunirá representantes das áreas de meio ambiente destes sete países para discutir agenda proposta pela Convenção da Basiléia, que em 1988 propôs o Controle dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e sua disposição em áreas urbanizadas. Esta conferência diplomática tem 136 países signatários, entre eles, o Brasil.
A descoberta de vários casos de transporte ilegal de resíduos tóxicos provocou no final da década de 80 e início de 90 uma reação que levou a criação de mecanismos internacionais de controle do transporte transfronteiriço de resíduos perigosos. "Curitiba é referência na preservação do meio ambiente e continuará sendo, pois a Prefeitura sempre buscará tecnologias e tendências que venham contribuir com a preservação da natureza", diz o prefeito Beto Richa.
Atualmente, mais de 400 milhões de toneladas de resíduos perigosos são gerados no mundo inteiro. Cerca de 10% deste total cruza as fronteiras entre países. Grandes depósitos de ácidos corrosivos, produtos orgânicos sintéticos, metais tóxicos e outros resíduos representam uma séria ameaça à saúde das pessoas e aos ecossistemas.
Em 1988, o custo da disposição final de uma tonelada de resíduos industriais variava entre US$ 100 e US$ 2.000 nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE (Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental, Japão), e entre US$ 2,50 a US$ 50 na África. Nesta época, cerca de 5 milhões de toneladas de resíduos tóxicos eram exportados para países do Leste Europeu e países em desenvolvimento.
O Brasil mantém uma postura de destaque no cenário internacional. Ocupou a Presidência do Comitê Intergovernamental Negociador para questões de segurança química. Sediou, em outubro de 2000, em Salvador-BA, a 3ª Sessão do Foro Intergovernamental de Segurança Química, na qual participaram representantes de Governos, indústria e sociedade civil de 80 países.
Um consórcio de municípios da Região Metropolitana de Curitiba estuda o uso de novas tecnologias para tratamento do lixo por compostagem, digestão anaeróbica, aproveitamento de gases ou processos térmicos para geração de energia. A meta é minimizar a necessidade de aterro sanitário, melhorando o tratamento dos resíduos, com menos impacto no meio ambiente.
Curitiba possui um programa abrangente de coleta e destinação de resíduos. A cidade possui 100% de cobertura de coleta de lixo domiciliar – seja convencional, feita por caminhões compactadores – 1.300 toneladas/dia -, seja por meio de programas complementares, como o câmbio verde – 10 toneladas/dia, ou o lixo reciclável – 530 toneladas/dia com os caminhões especiais da Prefeitura ou com os "carrinheiros".
Mesmo as ocupações irregulares têm seu lixo coletado em programas alternativos em parceria com organizações comunitárias como é o caso da compra de lixo – 10 toneladas/dia. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente fornece caçambas e troca por alimentos, promovendo limpeza da área, saúde e inclusão social com a distribuição de alimentação adequada para a população.
CIFAL – O CIFAL de Curitiba, é fruto de parceria com o Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa – UNITAR, agência da ONU, e funciona como o núcleo de treinamento e capacitação de autoridades locais para a América Latina e Caribe. Existem sete unidades do CIFAL no mundo: Curitiba, Lyon, na França; Bilbao, na Espanha; Xangai, na China; Kuala Lumpur, na Malásia; Sofia, na Bulgária; Ougadougou, Burkina Faso; e Divonne-les – 7.