Encontro discute renda dos pescadores paranaenses

O “Encontro do Pescador Artesanal: renda dentro e fora do defeso”, promovido pela Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social, foi aberto nesta quinta-feira, no Elo Hotel Inn, em Curitiba, com a participação de representantes de colônias e associações de pescadores paranaenses e funcionários municipais e estaduais atuantes na área. “A geração de emprego e renda na área da pesca no país é uma preocupação antiga nossa. Com os atuais governos federal e estadual estamos tendo essa condição”, disse o secretário Padre Roque Zimmermann.

Por falta de apoio à pesca, os pescadores brasileiros ainda estão longe de se transformarem em pequenos, médios e grandes produtores, uma realidade que já se verifica há tempo nos segmentos da criação de bovinos, suínos e aves. A distância entre esses setores produtivos foi comparada pelo delegado regional do Trabalho do Paraná, Geraldo Seratiuk, na abertura do evento.

O encontro, que será encerrado nesta sexta-feira, servirá para ajudar a construir uma política de pesca no estado e país, informa Padre Roque. Conforme dados da coordenação estadual da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP), aproximadamente 22 mil pessoas vivem hoje da pesca no Paraná, sendo 11,2 mil registradas pela Secretaria. “A produção é de 25 mil toneladas por ano, sendo que 16,2 mil vêm da criação de piscicultura”, completa Jackson Pinelli, da SEAP/PR, um dos expositores do evento.

No Paraná, existem 14 colônias de pescadores e cinco associações. Uma das colônias é a de Antonina, com 700 associados, dos quais 360 vivem exclusivamente da pesca. “O restante trabalha na informalidade. São pescadores que exercem outras atividades, que fazem trabalhos temporários de pedreiro ou eletricista, por exemplo”, diferencia o presidente da entidade, Redinegues Cordeiro Valdana.

A Colônia de Antonina trabalha em 52 marisqueiros, onde encontram-se ostras, sururu (mariscos de criação principalmente), siri, bacucu (mariscos nativos) e caranguejos. Os fortes da produção são o siri e o caranguejo. “O caranguejo é considerado o nosso 13.º salário, que proporciona um Natal melhor para as famílias. É quando se dá para comprar um brinquedo para as crianças e um vestido para a esposa”, conta Valdana.

A produção de pesca na Colônia de Antonina é variada durante o ano. Pela proximidade da serra, a chuva tem muita influência. Com pouca chuva aumenta-se a produtividade; com muita, cai, por baixar a salubridade. “Varia de 10 a 20 quilos de pescado por dia, por pescador, mesmo assim não nos 30 dias do mês. Quando chove e venta não dá para ir na água”, justifica o presidente da colônia. Nesse cálculo estão outras espécies que podem ser pescadas o ano inteiro, entre as principais a tainha, parati, a família de bagres (goiri, cangatan, pararê, sari e o bagre amarelo ou bagrinho da quaresma), badejo e robalo. Dessa última espécie já existe também repovoamento na baía.

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