O relacionamento familiar é a melhor forma de evitar que crianças e adolescentes entrem em contato com as drogas, lícitas ou não, e desenvolvam comportamentos violentos. Essa foi a conclusão das palestras do jornalista Luiz Geraldo Mazza, da psicóloga Paula Gomide e do pastor da igreja batista Marcos Paulo Ferreira. Os três debateram o papel da mídia e da religião na prevenção ao uso de drogas, em encontro realizado nessa quarta-feira (29), na Secretaria da Justiça e da Cidadania, como parte das atividades da X Previda ?Semana Estadual de Combate ao Uso Indevido de Drogas.
Para o secretário Aldo Parzianello, os meios de comunicação provocam a mudança de comportamento social e, por este motivo, devem ser responsáveis pelas informações veiculadas a respeito do assunto. ?O tema drogas sempre foi tratado superficialmente, mas, hoje, a sociedade mostra coragem e o Governo do Paraná, alternativas para enfrentar esse grande mal que atinge principalmente a juventude?, analisou Parzianello. ?Assim como a propaganda de bebidas alcóolicas atinge livremente crianças e jovens, a linguagem da mídia para prevenção também deve ser acessível?, completou a coordenadora estadual Antidrogas, Cleuza Canan.
Família
Paula Gomide revelou dados de estudos realizados por especialistas, sobre a influência de filmes violentos no comportamento de jovens na faixa etária de 9 a 17 anos. Segundo ela, a influência sobre os meninos é maior. ?O comportamento deles se altera, pois, de acordo com a cultura da nossa sociedade, há o estímulo para o sexo masculino responder às situações de conflito com uma postura agressiva. Enquanto as meninas, numa situação dessas, apelam para o choro?, explicou. Paula é formada em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) e professora titular das Faculdades Evangélica, além de assessorar o Governo do Estado do Paraná, em assuntos relacionados à adolescência.
No entanto, a psicóloga salientou que, em todos os casos estudados sobre mudança de comportamento provocados pela mídia, há diferenças entre crianças que tem orientação familiar com as demais. ?A criança e o adolescente que cresce sem padrões, limites, explicações do certo e errado se formará pelas regras ditadas pelas novelas, más companhias e são as mais propensas a serem usuárias de drogas, pois são rejeitadas pelos colegas e assim, buscam irrestritamente o prazer, sem estabelecimento de normas?, concluiu a especialista.
Há mais de 10 anos trabalhando com adolescentes, o pastor Marcos acredita que o aspecto espiritual é relevante para a educação do jovem. ?A busca pela espiritualidade faz com que a pessoa tenha um propósito de vida?, enfatizou. ?As atividades com grupos religiosos, permite que o jovem conheça o prazer em atividades saudáveis, com grupos que realizam trabalhos voluntários, atividades culturais, esportivas e assim por diante?, exemplificou, ressaltando que o jovem necessita constantemente de aceitação social para manter alta sua auto-estima. ?Eles podem ter prazer, satisfação e alegria sem ser na mesa de um bar?, finalizou o pastor.
Com uma série de histórias da sociedade paranaense em sua carreira jornalística, Mazza analisou vários casos e situações ?agradáveis? que estão relacionados ao consumo de álcool. ?As drogas, no aspecto geral, estão relacionadas às fontes de prazer, a conquistas, poder, sendo descartados os verdadeiros valores humanos, causando essa patologia social, que são os entorpecentes?, resumiu o jornalista.