O resultado da Cúpula América do Sul-Países Árabes virá "em um curto espaço de
tempo, não vai demorar muito", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A cúpula foi realiza nos dias 10 e 11
deste mês e reuniu presidentes e empresários de 34 países convidados. Durante o
evento, discutiram o aumento do intercâmbio nas áreas comercial, cultural,
política e de ciência e tecnologia e fecharam diversos acordos nesses
setores.
Para Lula agora é necessário viajar para dar continuidade às
conversas iniciadas na cúpula. Empresários, ministros e comerciantes "precisam
viajar porque quem não fizer isso não vende". "Vamos chegar com os nossos
produtos embaixo do braço, com o nosso sapato, nossa roupa, carros, soja, milho,
suco de laranja, com as nossas empresas de construção civil e vamos vender,
vamos mostrar que nós somos competitivos", disse o presidente.
Lula
contou que o ministro da Argélia não acreditou que o Brasil tivesse carros com a
versatilidade de motores que podem usar álcool, gasolina ou diesel. "No outro
dia, às 9 horas da manhã, estavam na porta do hotel três carros: a álcool,
gasolina e um triflex a gás. Eles ficaram encantados, é assim que a gente vai
conseguir mostrar as coisas boas do Brasil e essa competição é pesada porque
ninguém dá colher de chá a ninguém", ressaltou Lula.
Sobre as críticas de
empresários argentinos ao comércio com o Brasil, o presidente foi enfático: "Nós
acertamos que vamos continuar trabalhando juntos, não podemos permitir que o
interesse de um grupo econômico ou de outro crie qualquer atrito na política de
Estado que nós temos que criar entre o Brasil e o países da América do
Sul".
Ele ressaltou também que o Brasil tem responsabilidade de ajudar
Argentina, Paraguai e Uruguai a se desevolverem, "porque esse é o papel do país
maior, que tem maior riqueza, maior tecnologia". Segundo Lula, uma das
iniciativas nesse sentido tem que se destinar à Venezuela. "Temos um superávit
comercial com a Venezuela muito grande, nós precisamos comprar algumas coisas da
Venezuela para poder ter um certo equilíbrio".
Lula contou que, na semana
que antecedeu à cúpula, havia a preocupação de que o encontro seria contra
Israel e contra os Estados Unidos. "Não íamos fazer um encontro dessa magnitude
para ser contra alguém. Fizemos justamente para ser favoráveis às coisas
positivas e eu fiz questão de dizer, no meu discurso, que, da mesma forma que
sou defensor de um Estado palestino, eu sou defensor do Estado de Israel",
enfatizou.
No próximo dia 22, o presidente Lula viaja ao Japão e à Coréia
do Sul. "Ao invés de ficar aqui reclamando das coisas, vamos botar o pé na
estrada e vamos mostrar o que a gente produz para o mundo inteiro", disse.