Mais de 82 mil alunos do ensino superior convocados para fazer o Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) não compareceram à prova, o que representa uma ausência de 17% dos 488,9 mil convocados. Boicotes e confusões nas convocações e nos endereços dos locais de prova teriam sido as principais causas das ausências. Em 2005, a abstenção foi de 14%.
Os estudantes que não fizeram a prova terão até o dia 31 dezembro para justificar a ausência. Casos como o dos jovens que perderam a prova por conta de erro no endereço da escola São Judas Tadeu, em São Paulo, poderão apresentar como justificativa o boletim de ocorrência feito na delegacia no dia do exame. Também podem ser apresentados atestados médicos e outros documentos que justifiquem a ausência. Na página na Internet do Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas em Educação (Inep), responsável pelo Enade, existe um formulário e o endereço para onde devem ser enviadas as justificativas.
Quem não fez o Enade e não fizer a justificativa não poderá retirar o diploma, que precisa ser registrado pelo Ministério da Educação. No entanto, este ano o ministério precisou publicar uma portaria permitindo que estudantes que perderam a prova em 2005 pudessem fazer apenas a parte de conhecimentos gerais este ano para receberem o diploma. Isso porque a parte específica é feita apenas a cada três anos e vários estudantes não haviam recebido a notificação de que eram obrigados a fazer o exame.
Este ano o Enade avaliou o último e maior grupo de áreas do ensino superior, incluindo direito, administração e psicologia, o que alcançou quase meio milhão de alunos de 5.388 cursos em 871 cidades de todos os Estados e o Distrito Federal. A partir do ano que vem, o Enade recomeça a avaliação do primeiro grupo, o que vai finalmente permitir que a maior novidade da prova – a comparação entre o que sabem os alunos iniciantes e o que aprenderam os formandos – seja posta em prática.
Foi em Psicologia que ocorreu a menor abstenção, com 88,4% dos alunos convocados fazendo a prova. Em Administração, Direito e Comunicação Social, as áreas com maior número de participantes, tiveram 82,4%, 83,6% e 80,4% de presença, respectivamente. Três áreas, as de Arquivologia, Biblioteconomia e Design, tiveram menos de 80% de presença. O Ministério da Educação, no entanto, não considera que a abstenção prejudique de alguma forma os resultados das avaliações.
