Empréstimos de Valério ”esquentaram” dinheiro vindo de estatais, diz Serraglio

O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou hoje (3) que os empréstimos feitos ao empresário Marcos Valério de Souza "esquentaram" dinheiro recebido de estatais. Segundo Serraglio, as transações "não correspondem a verdadeiros empréstimos".

O relator afirmou que Marcos Valério recebia dinheiro de empresa estatal por trabalhos de publicidade e depois depositava a verba em bancos que, posteriormente, realizariam os supostos empréstimos. "A estatal paga para uma empresa do Marcos Valério. Esse dinheiro vai para o BMG e ele empresta. Em outra oportunidade, um outro pagamento vai para o Banco Rural, que também empresta e não cobra", disse.

Ele não quis divulgar qual seria a estatal que teria repassado dinheiro para Marcos Valério, mas afirmou que o pagamento era feito antes da execução do serviço. "São dois pagamentos muito expressivos: um de R$ 35 milhões e outro de R$ 23,3 milhões", disse. "A estatal libera o dinheiro para o grupo Marcos Valério. O grupo, em uma situação, deposita R$ 10 milhões no banco. E o banco faz o empréstimo de R$ 10 milhões e depois não cobra. Claro, vai cobrar porquê?"

"Foram documentados enquanto empréstimos mas têm duplo episódio duvidoso. Num primeiro momento, o dinheiro foi despejado dentro do banco para ele passar aqueles saques todos. E, num segundo momento, o banco não cobra (os empréstimos). Então não tem lógica de empréstimo, é para esquentar dinheiro", disse Serraglio.

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