O empréstimo feito pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para financiar a campanha à reeleição, em 1998, do então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), deverá ser incluído no relatório parcial da CPI dos Correios com toda a movimentação financeira de Valério. A informação é do relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR). Segundo ele, o relatório será alterado para pôr o depoimento de Cláudio Mourão, que foi tesoureiro da campanha de Azeredo em 1998. Em depoimento à CPI dos Correios, Mourão admitiu que fez caixa 2 na campanha à reeleição do governador, sem o conhecimento do tucano.
Apresentado na semana passada pelo sub-relator de movimentação financeira da CPI, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) o relatório constatou que os empréstimos obtidos por Valério junto ao Banco Rural e ao BMG foram uma "farsa". O relatório, que deverá ser votado na quinta-feira, propõe que o Ministério Público indicie Marcos Valério e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. As negociações para incluir o caso de Azeredo no relatório parcial estão sendo feitas pela cúpula da CPI dos Correios e contam com o aval de integrantes da oposição.
Osmar Serraglio admitiu hoje que os trabalhos da CPI dos Correios podem terminar antes de abril, prazo final para o funcionamento da Comissão. "Há um consenso de que não queremos contaminar com assuntos políticos as investigações que estão sendo feitas pela Comissão. E se os trabalhos continuarem até abril é natural que haja essa contaminação", afirmou Serraglio. Em sua avaliação, as apurações feitas pela CPI estão avançadas. A cúpula da Comissão pretende deixar para concluir as investigações, no início do ano que vem, apenas as negociações feitas com fundos pensão e corretoras e a movimentação financeira do exterior do valerioduto.
Na terça-feira, o sub-relator de contratos da CPI, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), apresenta relatório parcial com as irregularidades detectadas nos contratos da Skymaster, uma das empresas responsável pela Rede Postal Norturna (RPN) dos Correios. A CPI descobriu que a Skymaster enviou R$ 60 milhões para duas empresas nas Ilhas Virgens Britânicas através de contratos simulados de arrendamento de aviões.
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