Os empréstimos consignados (desconto em folha) para aposentados e pensionistas do INSS movimentaram R$ 20,2 bilhões em 2,7 anos. Nesse período, foram 14,2 milhões de operações entre os segurados e os 44 bancos conveniados.

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Desse saldo, acumulado entre maio de 2004 e dezembro de 2006, ainda estão ativos 10,2 milhões de empréstimos, no valor de R$ 17 bilhões. As restantes 4 milhões de operações já foram quitadas ou canceladas antes mesmo do pagamento da primeira parcela.

O balanço, divulgado ontem pela Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), que processa a folha de pagamento do INSS, mostra que 40% dos 19 milhões de aposentados e pensionistas já utilizaram pelo menos uma vez o consignado. Apenas em dezembro passado, foram 600 mil novas operações, que somaram R$ 800 milhões.

Esse tipo de crédito é considerado um dos mais baratos do País, com juros limitados a 2,78% ao mês. As parcelas, que não podem ultrapassar 30% do valor mensal do benefício previdenciário, são descontadas na folha e repassadas aos bancos. A garantia de recuperação do crédito, segundo especialistas, permite juros mais baixos.

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Segundo a Dataprev, a maioria dos aposentados e pensionistas optou por parcelar a dívida por um prazo entre 31 e 36 meses. São 8,1 milhões de contratos nessa categoria, representando 57 14% do total. O máximo de 36 parcelas foi fixado pelo Conselho Nacional de Previdência Social em setembro de 2005 para evitar o endividamento excessivo do segurado.

No primeiro ano do programa, o prazo de pagamento podia chegar a 60 meses. Os juros cobrados pelos bancos também são limitadas pelo conselho. Os bancos estão proibidos de cobrar taxa de abertura de crédito ou qualquer outra taxa.

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Banco do Brasil

No Banco do Brasil (BB), o saldo das operações do consignado, incluindo beneficiários do INSS, cresceu 115,32% em 2006 e chegou a R$ 8 bilhões. Das 3 milhões de operações ativas, 60% foram contratadas por funcionários públicos. O setor privado (17%) e os segurados do INSS (23%) responderam por um quarto dos contratos.

O saldo dos empréstimos para aposentados e pensionistas é de R$ 900 milhões – 11% da carteira do crédito consignado do banco. O valor médio dos empréstimos para beneficiários do INSS é de R$ 1.630. O BB detém 17% desse mercado, que somava R$ 47 bilhões em novembro, segundo o Banco Central.