Rio de Janeiro – Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prevê que os investimentos das empresas do setor ferroviário brasileiro atingirão cerca de R$ 12,5 bilhões até 2010. Dados fornecidos pela assessoria de imprensa do BNDES mostram que os desembolsos da instituição para o setor ferroviário somaram R$ 500 milhões no ano passado. Desse total, R$ 343 milhões se destinaram às concessionárias para melhoria das vias permanentes e modernização do sistema operacional, entre outras finalidades. Os restantes R$ 157 milhões foram direcionados à reforma de vagões e locomotivas.

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As aprovações de  financiamentos ao setor de transporte ferroviário pelo BNDES atingiram R$ 2,2 bilhões, em 2006, o que significa investimentos de R$ 7,5 bilhões. Os desembolsos efetuados pelo BNDES para as concessionárias ferroviárias alcançaram  no ano passado R$ 500 milhões, incluindo uma operação de renda variável para a companhia Brasil Ferrovias.

Nos anos anteriores, as aprovações do BNDES para ferrovias e vagões somaram R$ 472 milhões(2005), R$ 112 milhões(2004) e R$ 210 milhões (2003). Os desembolsos, por sua vez, alcançaram R$ 202 milhões(2005), R$ 98 milhões (2004) e R$ 27 milhões (2003).

O analista de projetos da área de Infra-Estrutura do BNDES, Leandro Villar, afirmou à Agência Brasil que a retomada do setor de transporte ferroviário ocorreu após o processo de privatização das malhas da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), ainda na década de 90.

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Logo após a privatização, os investimentos do setor ferroviário somavam R$ 227 milhões (1996). Esse valor se elevou para R$  1,890 bilhão em 2004, atingindo R$ 3,378 bilhões entre 2005 e 2006. "Depois que as malhas foram privatizadas, o setor passou por uma primeira fase de investimentos voltados à recuperação das vias, que estavam muito degradadas?, disse Villar.

A segunda fase se destinou ao aumento da capacidade de produção. Atualmente, o setor se encontra no terceiro ciclo de investimentos, voltado à superação dos gargalos logísticos. ?Algumas empresas já conseguiram aumentar a produtividade e estão enfrentando desafios em relação à superação de gargalos, para que elas possam continuar crescendo?, explicou.

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Os recursos do BNDES foram tomados em grande parte pelas empresas ALL, Brasil Ferrovias, Companhia Siderúrgica Nacional(CSN) e FCA, entre outras. Leandro Villar  lembrou que o setor é bastante concentrado. ?São poucas concessionárias, até porque a nossa malha não é tão grande comparada com a malha de outros países?, observou. Nos Estados Unidos, por exemplo, a malha tem 240 mil quilômetros, disse Villar.

A malha ferroviária brasileira soma 29,8 mil quilômetros e a meta até 2012 é elevar esse número para 34,5 mil quilômetros, de acordo com projeção da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), elaborada em 2005. O transporte ferroviário representa 28% da matriz de transporte brasileira, contra 40% a 42% de países como Estados Unidos, China, Austrália, Canadá, Rússia e Ucrânia.