Empresas não têm interesse em 90% das rodovias, estima confederação

Brasília – O Brasil possui cerca de 80 mil quilômetros de rodovias federais. Quatro mil quilômetros estão privatizados, ou seja, sob administração de empresas privadas que receberam a concessão do governo federal.

Por questões de "viabilidade econômica", apenas 3 mil quilômetros a mais podem seguir o mesmo caminho, pelos cálculos do presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade.

"Então, pelos números já se vê que isso não resolverá a questão, pois isso representa apenas cerca de 10% do total da malha?, disse Andrade, em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional.

?Há o interesse somente nesses 10% de todo o sistema rodoviário, pois o restante não apresenta viabilidade econômica, ou seja, o fluxo de veículos para o pagamento de pedágio não seria suficiente para a manutenção daquela rodovia.?

Para o presidente da CNT, a privatização das rodoviais não pode ser vista como a única solução, nem como a solução definitiva para o sistema rodoviários brasileiro. Os investimentos públicos, segundo ele, são essenciais.

Clésio Andrade afirmou que nos últimos 15 anos as rodovias federais deixaram de receber investimentos significativos. Ele acredita que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é a tentativa mais "audaciosa" de melhorar a situação.

Entre as ações positivas previstas no programa, o presidente da CNT destacou a duplicação de 3 mil quilômetros de rodovias. Como trechos prioritários para obras, a confederação cita a BR-135 e as rodovias federais na região de Minas Gerais e nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.       

O PAC prevê 55,4 bilhões para investimentos no setor de transportes até 2010. Estão programadas obras em 45.337 quilômetros de rodovias. Cerca de 42 mil quilômetros receberão melhorias por ações do próprio governo e, o restante, do setor privado.

No início do mês, antes do lançamento do PAC, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o governo irá avaliar com calma um novo modelo de concessão de rodovias federais. A expectativa das empresas era a de que, no final do ano passado, fossem lançados os novos editais de concessão das rodovias.

"Queremos que a iniciativa privada participe, que tenha PPP (parceria público-privada). Temos por objetivo a menor tarifa possível, ou seja, aquela tarifa que ao garantir retorno adequado para o construtor seja capaz de também viabilizar setores produtivos como os consumidores", afirmou a ministra-chefe da Casa Civil.

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